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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Cidades de São Paulo vivem cenários próximos ao de um verdadeiro lockdown

Em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, prefeitos proibiram até o funcionamento de indústrias, supermercados e padarias, além da venda de combustíveis

Por Tatiana Farah Atualizado em 17 mar 2021, 20h11 - Publicado em 17 mar 2021, 20h10

Dois dos mais importantes municípios de São Paulo amanheceram nesta quarta-feira, 17, como as cidades europeias no início da pandemia do novo coronavírus, no ano passado. Sem ônibus nem carros nas ruas, com todo o comércio fechado, assim como as indústrias. As obras de construção civil também amanheceram vazias. Ribeirão Preto (712.000 habitantes) e São José do Rio Preto (465.000), aderiram ao lockdown para tentar conter o avanço do número de mortes pela Covid-19 e o colapso do sistema de saúde.

“É um filme de terror. A transmissão está mais rápida e os casos mais graves. O que o prefeito pode fazer constitucionalmente? Restringir. É uma medida extrema, mas tivemos de adotar. A vacinação está muito lenta”, disse a VEJA o prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo (MDB).

Entre as restrições, até a compra de combustível está sendo controlada — a pessoa só pode abastecer se confirmar que trabalha no sistema de saúde ou em alguma atividade essencial que esteja em funcionamento, como os serviços de energia e água.

A cidade conta com o segundo maior complexo hospitalar do estado, o Hospital de Base, mas isso não evitou que 100% dos 299 leitos de UTI fossem ocupados. Só nesta quarta-feira, foram 15 mortes e 271 novos doentes, chegando ao total de 51.764 casos e 1.254 óbitos.

São José do Rio Preto
Vista de São José do Rio Preto deserta durante o lockdown (./Divulgação)
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Em Ribeirão Preto, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) decretou na terça-feira o início do lockdown a partir desta quarta-feira. Houve uma corrida desesperada a supermercados, a tal ponto que o prefeito ampliou das 20h às 22h o horário de atendimento antes de iniciar o fechamento total. Vale dizer que nas duas cidades a compra em mercados é permitida, desde que seja virtual, com o sistema de entrega das mercadorias.

Embora as ruas do centro das duas cidades estejam vazias, os prefeitos ainda não conseguem dimensionar se houve total adesão dos moradores às restrições. Em Ribeirão, o prefeito ordenou que fossem feitas blitzes nos carros que circulassem. No entanto, não há multa para moradores que descumprirem a regra de ficar em casa. Há apenas a orientação para que deixem as ruas. O lockdown em Ribeirão revoltou moradores bolsonaristas, que fizeram um protesto nesta manhã na porta da prefeitura.

Em Ribeirão, só este ano, a cidade registrou 16 mil casos de Covid-19, sendo que 416 resultaram em morte. Em todo o mês de fevereiro foram 139 óbitos e, só nos primeiros 17 dias deste mês, o número é de 123. A ocupação de leitos públicos de UTI está em 96%.

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Como os dois municípios são polos regionais, cidades vizinhas acabaram aderindo às restrições impostas pelos dois prefeitos. O tempo de lockdown será de cinco dias, com mudanças de abrandamento previstas para serem adotadas na segunda-feira, 22. Nessa data, os dois municípios devem afrouxar algumas regras, principalmente no transporte coletivo.

Ribeirão Preto
Guardas municipais fazem blitz em rua de Ribeirão Preto (./Divulgação)

Esta fase mais restritiva do lockdown é o que chega mais próximo no Brasil do que foi feito na Europa no ano passado. Mas os europeus foram ainda mais restritivos e muitos países adotaram as multas para os cidadãos que saíssem de casa sem os motivos permitidos. Na Espanha, a multa chegava a 600 euros.

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Origem do termo

Lockdown, palavra que significa confinamento em inglês, é a medida mais rigorosa que determinada região pode adotar em casos extremos de insegurança ou risco à saúde. Nessa condição, os moradores não devem deixar suas casas a não ser com justificativas válidas ou em emergências.

Em diversos países, o lockdown foi adotado, sempre temporariamente, por governos ou regiões e os trabalhadores foram amparados por programas de ajuda financeira. No Brasil, o termo acabou tendo seu uso ampliado e aplicado, na maioria das vezes, a situações de restrições parciais de funcionamento e circulação, como ocorre nas cidades e estados do país.

As ações de distanciamento social — parcial ou total — são rejeitadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Com isso, estados e municípios emitiram seus próprios decretos, determinando se haveria bloqueio parcial ou total de suas atividades.

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No caso de Ribeirão e Rio Preto, não podem funcionar: comércio, setor de serviços como bancos, academias e salões de beleza, indústria, construção civil, serviços públicos não essenciais, escolas e transporte coletivo. As pessoas podem comprar mantimentos apenas de forma remota, usando o delivery. Restaurantes também podem funcionar com sistema de entregas, mas só com 50% dos funcionários. A mesma restrição de diminuir o número de trabalhadores em ação vale para mercados, açougues e padarias.

Os postos de gasolina funcionam das 6h às 20h para abastecer os veículos particulares de agentes de saúde que necessitam de garantir sua locomoção para o trabalho e para os carros de serviço público, incluindo viaturas policiais. Esses profissionais têm liberdade de circulação, mas, se dependem do transporte coletivo, terão que usar outro serviço, como oUber. Em Ribeirão, esses profissionais receberão um auxílio para compensar esses gastos.

Na rua, as pessoas podem ser abordadas por fiscais e devem comprovar o motivo de saída de casa, como nota fiscal de compra de medicamento, atestado de comparecimento em estabelecimento médico, carteira de trabalho ou outra confirmação de que opera em prestação de serviço essencial.

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