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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Cem dias de prisão: como é a vida dos bolsonaristas na Papuda e na Colmeia

Complexo de penitenciárias do Distrito Federal ainda abriga 251 pessoas acusadas de participação na intentona golpista de 8 de janeiro

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 abr 2023, 13h22

Passados pouco mais de cem dias da intentona golpista que tomou as ruas de Brasília no dia 8 de janeiro deste ano, ainda restam 251 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro atrás das grades nos presídios da Papuda (masculino) e da Colmeia (feminino) em Brasília — são 172 homens e 79 mulheres.

Esse contingente está sendo o primeiro a ser levado ao escrutínio do Supremo Tribunal Federal (STF), que iniciou no último dia 18 o julgamento da primeira leva de cem denunciados pelo Ministério Público Federal. A Corte já formou maioria para aceitar as acusações e colocar os envolvidos no banco dos réus. Outros 200 começam a ter as suas situações analisadas na segunda-feira, 24. No total, 1.390 bolsonaristas serão denunciados – os demais estão em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.

Depois de terem ido a Brasília movidos por uma equivocada ideia de fazer história como “patriotas”, a maioria dos presos terá pouco do que se orgulhar em suas memórias do cárcere. O rosário de reclamações é extenso, como mostra reportagem de VEJA desta semana.

Alimentação ruim, má qualidade de itens de higiene, falta de medicamentos e contato escasso com a família são algumas das queixas. Há superlotação na cadeia masculina (1 287 presos onde cabem 1 176), o que propicia celas onde há oito camas para vinte detentos — alguns dormem no chão ou se revezam com os colegas, muitas vezes em meio a goteiras. A turma tem direito a duas horas por dia de banho de sol e só toma banho frio — o mesmo tratamento, aliás, dado aos demais detentos. “São as mazelas do sistema prisional. Toda pessoa que é presa passa por essas privações”, pontua Gabriel Fonseca, da Defensoria Pública do Distrito Federal.

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O dia a dia é pouco movimentado. Por questões de segurança e de logística, os presos do 8 de janeiro ficam separados dos demais e, de forma geral, são bem-comportados — ocupam o tempo lendo, conversando ou participando de cultos e rodas de oração. Boa parte encontra-se na casa dos 40 e 50 anos, a maioria é de classe média e tem certo grau de escolaridade. Pelo fato de não terem um trabalho interno, como faxina e distribuição de marmitas, eles não têm direito a visitas íntimas. Recebimento de parentes é permitido a cada quinze dias, mas isso é algo raro porque a maioria é de fora do Distrito Federal. Há ainda outros motivos mais prosaicos. “Muitas presas se negavam a receber visitas, pois seus parentes teriam de se vacinar contra a Covid-19”, conta a defensora pública da União Manoela Maia.

As condições dos presídios não são a única reclamação. A fragilidade de saúde de muitos dos detentos tem sido uma das preocupações da Defensoria — a avaliação é que muitos casos poderiam ser convertidos em medida cautelar, com tornozeleira eletrônica. Além disso, boa parte do grupo é de réus primários. “Defendemos que parte dessas pessoas possa pelo menos responder em liberdade”, diz o subdefensor público-geral Gustavo Ribeiro.

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