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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Cai de vez por terra o discurso de que não há corrupção com Bolsonaro

Presidente chegou a dizer que a Lava-Jato acabou porque não tinha mais o que investigar no seu governo; caso envolvendo Milton Ribeiro, porém, não é o único

Por Da Redação Atualizado em 22 jun 2022, 15h00 - Publicado em 22 jun 2022, 09h59

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sempre se orgulhou de um ativo que considerava ter: o de nunca ter sido envolvido em nenhum esquema de corrupção. Desde antes da eleição de 2018, ele cunhou uma frase que repetiria, com algumas variações, ao longo do início do governo: a de que seus adversários podiam fazer qualquer ataque a ele, menos chamá-lo de corrupto.

Em outubro de 2020, ao ser acusado de “acabar com a Lava-Jato” – havia rompido com o então ministro Sergio Moro poucos meses antes –, ele disse que a operação acabou porque não tinha mais corrupção. “Eu acabei com a Lava-Jato porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, afirmou.

O discurso agora ficou mais difícil. A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro pela Polícia Federal por suspeita de participação em um esquema de corrupção que existia dentro do MEC, uma das principais pastas do governo, é um golpe duro para Bolsonaro em ano eleitoral.

Embora emblemático – é o primeiro integrante ou ex-integrante do governo preso –, o episódio não é exatamente uma exceção, já que o governo teve sobre si outras suspeitas de corrupção, como a tentativa de assinar um contrato milionário com a Covaxin para a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde, que ainda está sob investigação. Houve ainda outras suspeitas envolvendo a compra de imunizantes pela pasta.

Há também casos sob investigação envolvendo o uso de dinheiro público em obras da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), a compra de kits de robótica para escolas e de ônibus escolares com suspeitas de superfaturamento e até investigação sobre tráfico de influência exercido por Jair Renan, filho do presidente, no governo federal.

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Também teve um outro ministro muito próximo da prisão. Ricardo Salles (Meio Ambiente) pediu demissão em junho de 2021, em meio ao cerco da Polícia Federal e do Ministério Público Federal por suspeitas de atuação irregular em prol de madeireiras na Amazônia. Ele chegou a ter o seu celular apreendido, o que foi até então a principal medida tomada contra um membro do governo em uma investigação policial.

Nesta manhã, após a prisão de Milton Ribeiro, Bolsonaro tentou se desvencilhar do caso em entrevista à rádio Itatiaia. “Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim?”, questionou.

O fato é que, se a corrupção já era um tema lateral na eleição, porque os dois principais contendores não têm interesse em tratar do tema – Luiz Inácio Lula da Silva e o PT têm muito telhado de vidro nesse aspecto –, agora corre o risco de desaparecer do debate eleitoral. Bolsonaro, certamente, não poderá mais usar o mesmo bordão que usa desde 2018.

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