Brasil coloca PF à disposição para ajudar a combater facções no Equador
Apoio foi oferecido pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, durante troca de mensagens com o chefe da polícia equatoriana
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, colocou a corporação à disposição do Equador para ajudar no combate a grupos criminosos que instalaram um clima de terror no país vizinho. A onda de violência levou o presidente do país, Daniel Noboa, a afirmar, nesta quarta-feira, 10, que o país vive uma “situação de guerra”.
O apoio brasileiro foi oferecido durante contato com o diretor da Polícia do Equador, Cesar Zapata, e com diretores da Comunidade das Polícias das Américas (Ameripol), por meio de troca de mensagens. “Acionamos nossos adidos na Colômbia e no Peru, para que acompanhem a situação e façam as devidas informações”, disse Rodrigues. Segundo ele, tanto a Ameripol quanto a Interpol estão atentas à situação no país vizinho.
Rodrigues afirmou que um policial equatoriano, admitido em outubro do ano passado no Centro de Cooperação Policial Internacional, no Rio de Janeiro, tem servido de “ligação direta” entre autoridades policiais dos dois países.
Onda de violência
O Equador vive uma onda de violência sem precedentes nos últimos anos causados por conflitos entre gangues e facções criminosas que disputam o controle do tráfico de drogas na região. Em agosto do ano passado, o candidato à presidência Fernando Vilavicenzo foi assassinado a tiros quando saía de uma agenda de campanha em uma escola da capital, Quito.
Uma nova onda ocorre no país desde domingo passado, dia 7, quando o narcotraficante Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, apontado como o líder da Los Choneros, uma das maiores facções criminosa do país, fugiu da prisão. A fuga desencadeou diversos episódios violentos como motins em diversas penitenciárias e ordens dos líderes para iniciar uma série de ataques. A situação levou o presidente Noboa a declarar, na segunda-feira, 8, estado de exceção por 60 dias no país.
No dia seguinte, autoridades equatorianas relataram a fuga de outro criminoso de alta periculosidade: Fabricio Colón Pico. Ele é apontado como um dos líderes da facção Los Lobos, e havia sido preso na sexta-feira passada, 6, pelo crime de sequestro e por suposta participação em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.
Ainda na terça-feira, 9, em Guayaquil, os estúdios do canal de TV estatal TC Televisión foram invadidos por homens armados durante a transmissão ao vivo. Com armas de grosso calibres e bombas, os criminosos fizeram jornalistas e funcionários da emissora de reféns. A polícia local informou que ao todo doze pessoas foram presas pelo ataque.
Desde o início dos ataques ao menos dez pessoas morreram e setenta foram detidas, segundo autoridades locais.