Boulos esboça reação, mas Nunes é o favorito a vencer em São Paulo
Datafolha, Quaest e Paraná Pesquisas mostram que distância caiu para dez a onze pontos percentuais, mas virada é improvável na maior cidade do país
O deputado Guilherme Boulos (PSOL) conseguiu nos últimos dias reduzir a distância que o separa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na corrida eleitoral em São Paulo, mas é improvável que o candidato da esquerda consiga a virada na maior cidade do país.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no sábado, Boulos conseguiu diminuir a diferença para Nunes de 22 pontos (em pesquisa feita entre 8 e 9 de outubro) para 11 pontos (na sondagem divulgada no sábado, 26). Em votos totais, Nunes tem 48% contra 37% de Boulos.
A Quaest também aponta uma diferença de 11 pontos percentuais em seu levantamento divulgado no sábado (45% a 34%), um ponto a menos que a distância que separava os dois candidatos na primeira pesquisa divulgada pelo instituto no segundo turno, em 16 de outubro (45% a 33%).
Tanto no caso do Datafolha quanto da Quaest, as últimas sondagens foram feitas entre sexta-feira, 25, e sábado, 26, e, portanto, pegaram parcialmente eventuais efeitos do último debate, na TV Globo, e da sabatina de Boulos com o ex-candidato e coach Pablo Marçal, ambos feitos na sexta. As duas pesquisas também têm a mesma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Já o levantamento do Paraná Pesquisas divulgado na noite de sexta-feira, 24, e feito entre os dias 21 e 24 de outubro, antes do debate na Globo e da sabatina de Marçal, mostra uma diferença de 10,5 pontos percentuais a favor de Nunes (51,2% contra 40,7% de Boulos) – a vantagem é a menor desde que o instituto começou a projetar a disputa em segundo turno entre os dois candidatos na atual campanha eleitoral (veja quadro abaixo).
Votos válidos
Quando são levados em consideração apenas os votos válidos, as diferenças de Nunes para Boulos são: quatorze pontos no Datafolha (57%a 43%), dez pontos na Quaest (55% a 45%) e 11,4 pontos no Paraná Pesquisas (55,7% a 44,3%).
Histórico não ajuda Boulos
Além da boa vantagem de Ricardo Nunes, uma virada de Boulos na reta final também é improvável em razão do histórico do eleitorado paulistano: desde que o segundo turno foi instituído nas eleições municipais, em oito eleições, em apenas uma delas, a de 2012, o candidato que ficou em segundo lugar no primeiro turno (Fernando Haddad, do PT) venceu a disputa na etapa final – ele bateu José Serra (PSDB) por 55,6% a 44,4%.
No primeiro turno, Boulos teve 29,07% dos votos válidos e chegou pouco atrás de Nunes (29,48%) e pouco à frente de Marçal (28,14%).