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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Bolsonaro como candidato sufocaria a ‘nova’ direita, dizem especialistas

Mesmo condenado à inelegibilidade, ex-presidente é a principal aposta do PL para 2026 e articula estratégia para levar seu nome à urna

Por Isabella Alonso Panho 16 jan 2024, 09h46

Uma possível candidatura de Jair Bolsonaro (PL) em 2026, mesmo que sustentada por recursos judiciais que questionem as condenações à inelegibilidade, estrangula o crescimento de outros nomes da direita cotados para assumir o seu espólio. Como mostrou reportagem de VEJA na edição desta semana, o nome do ex-presidente continua sendo a aposta número um — se não a única — do PL e do bolsonarismo, que se negam a “passar o bastão” para outros nomes do mesmo espectro político.

Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade por oito anos em dois julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): um em razão de uma reunião que promoveu com embaixadores no Palácio do Planalto, onde atacou o sistema eleitoral; e outro por usar estrutura pública no Bicentenário da Independência para fins políticos. No caso da primeira condenação, ele já recorre ao Supremo Tribunal Federal (STF). O caso será relatado pelo ministro Cristiano Zanin, que, por ironia, foi advogado da coligação que apoiou Lula em 2022 — por esse motivo, há a possibilidade de ele se declarar suspeito nesse processo, como mostrou VEJA.

Mesmo que não obtenha decisão favorável, Bolsonaro deve repetir o que fez Lula em 2018 e apresentar o pedido de registro de sua candidatura ao TSE. O gesto obriga o tribunal a abrir um novo processo, para deferir ou não o registro, o que só vai ocorrer muito próximo do primeiro turno da eleição. Em 2018, o indeferimento da postulação de Lula só ocorreu no dia 31 de agosto. Enquanto não há decisão, Bolsonaro poderia fazer campanha normalmente para voltar à Presidência.

A perspectiva de voltar ao poder, mesmo que ilusória, ajuda a manter o capital político de Bolsonaro, a sua capacidade de atrair aliados e o seu peso para eleger correligionários. Com ele nas ruas fazendo campanha, deve manter-se o ambiente de polarização com o PT, ocorrido nas duas últimas eleições, o que ajuda o bolsonarismo. “A candidatura dá munição aos apoiadores mais radicais”, afirma o cientista político Eduardo Grin, professor da FGV. “Além disso, enquanto for o candidato, Bolsonaro terá o voto anti-Lula”, diz Murilo Hidalgo, diretor do instituto Paraná Pesquisas.

Governadores

Se for candidato, mesmo que sub judice, Bolsonaro fecharia o espaço para alternativas do centro à direita, que talvez tivessem até mais chance que ele no embate com Lula. Nessa lista estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e do Paraná Ratinho Junior (PSD), além da senadora Tereza Cristina (PP-MS). Nenhum desses políticos é filiado ao PL. Todos já estiveram em algum momento ao lado de Bolsonaro no palanque.

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“Nem Caiado, nem Tarcísio são, a rigor, bolsonaristas mesmo”, avalia o professor e marqueteiro eleitoral Marcelo Vitorino. Os dois nomes são fortes para assumir a liderança da direita no país, mas não têm identidade com todas as bandeiras do bolsonarismo. De acordo com o especialista, Bolsonaro possui um eleitor “muito identificado com a pessoa dele”, o que dificulta que essas outras lideranças cresçam enquanto o ex-presidente não as avalizar diretamente.

Clima de campanha

Desde que deixou o Planalto, o ex-presidente vive em clima de campanha, atravessando o país de norte a sul ao lado de correligionários, dividindo o palanque com apoiadores e pré-candidatos da sigla. Nas redes sociais, ele publica números da gestão passada, vídeos em que é recebido com clamor pelos eleitores e ataca seu principal adversário político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mantendo aceso o clima de polarização das duas últimas campanhas.

Justamente por causa desse personalismo entre Bolsonaro e o seu eleitor, a tendência é que, dentro da direita, quem tentar se descolar do bolsonarismo acabe morrendo na praia. “Se alguém da direita desgarrar, no final, míngua”, diz Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas. Um exemplo que ele menciona para ilustrar é o que aconteceu entre Ciro Gomes (PDT) e Lula em 2018.  Irritado com a intervenção do petista, que retirou partidos da aliança com o PDT, Ciro intensificou as críticas ao ex-aliado, mas a sua candidatura entrou em declínio e ele não conseguiu ir ao segundo turno.

 

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