Bolsonaro cita reportagem de VEJA e avaliza críticas de vice-PGR a Moraes
Em referência ao ministro do Supremo, ex-presidente disse que ‘ninguém pode ser dono da verdade no Brasil’

O ex-presidente Jair Bolsonaro citou reportagem exclusiva de VEJA na edição desta semana, que teve acesso a documento sigiloso com críticas da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. E concordou com as críticas feitas pela procuradora. “Li rapidamente a matéria da VEJA, a (procuradora) reclamando das ações do senhor Alexandre de Moraes. Poxa, será que ela está certa? Parece que sim”, afirmou.
No documento ao qual VEJA teve acesso, a número 2 da Procuradoria-Geral da República insinua que Moraes autorizou procedimentos ilegais, decretou prisões sem fundamento e tentou promover o que na Justiça se chama de “pesca probatória”, uma diligência autorizada sem um fato que a justifique, tendo como objetivo real colher alguma prova aleatória de um crime. A procuradora critica em especial o inquérito que levou à prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro – leia a matéria aqui.
Bolsonaro citou o caso sem ter sido provocado, durante declaração sobre o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que o deixou inelegível, e aproveitou para criticar Moraes. “Ninguém pode ser dono da verdade no Brasil, não pode ter um poder maior do que o outro”, disse. E emendou: “Estamos vendo é o Poder Judiciário, por meio de uma pessoa, tomando as medidas de acordo com a sua cabeça. É isso que queremos para o Brasil?”, questionou.
Ele criticou especialmente as medidas tomadas por Moraes em relação a perfis de direita na internet e o chamado PL das Fake News, que tramita no Congresso e que visa regulamentar as redes sociais. “O remédio para combater desinformação é mais liberdade. Quem é que vai dizer que o que vocês publicaram é fake news ou não é? Nem existe no nosso arcabouço jurídico a figura da fake new e tem gente sendo presa, condenada, expulsa, contas bloqueadas, páginas demonetizadas por causa disso. Ninguém pode se arvorar aqui como dono de democracia”, disse.