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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Bolsonaristas articulam criação de aliança com extrema-direita europeia

Eduardo Bolsonaro e Onyx Lorenzoni tentam estreitar laços com partidos estrangeiros

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 nov 2024, 10h10

O deputado federal Eduardo Bolsonaro e o ex-ministro Onyx Lorenzoni, ambos do Partido Liberal (PL), avançam na criação de um grupo com partidos conservadores da Europa, batizado de Aliança pela Liberdade. O objetivo é organizar as pautas e demandas da direita mundo afora e investir na formação de novas lideranças.

“A ideia é que Aliança seja capaz de fazer um trabalho de formação de novos líderes, de ação conjunta desses partidos, exatamente para que esse movimento conservador, que é crescente aqui na Europa e também na América Latina, possa estar mais organizado, mais estruturado”, afirmou Lorenzoni a VEJA

A formalização da Aliança está prevista para janeiro, com a assinatura de um manifesto em Portugal. Na próxima semana, Lorenzoni terá uma reunião com lideranças do partido Chega para definir a data da cerimônia. A agremiação cresceu nos últimos anos e hoje é a terceira maior força política no parlamento português — também foi responsável por organizar um protesto contra Lula quando o presidente brasileiro viajou ao país, em 2023. O fundador do Chega, André Ventura, ex-comentarista esportivo da emissora CMTV, é conhecido por seus posicionamentos contra a imigração e a esquerda. 

Além do partido de Portugal, o Vox, da Espanha, já aderiu à Aliança. Na semana passada, Onyx também esteve na Itália para, segundo ele, negociar com lideranças dos partidos Lega Nord, Forza Italia e Fratelli D’Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni. Este último tem raízes políticas no Movimento Social Italiano (MSI), que surgiu das cinzas do fascismo de Benito Mussolini. De acordo com o ex-ministro, ainda há conversas em andamento com partidos alinhados à direita na Hungria, Holanda e Sérvia. Os bolsonaristas também tentam se aproximar de legendas da Alemanha e França.

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Com a formação da Aliança, os partidos pretendem fazer frente ao que chamam de “movimento globalista” e à cultura woke, termo utilizado nos Estados Unidos para denominar o movimento que defende pautas consideradas progressistas e identitárias. Onyx afirma ainda que o grupo será um contraponto ao Foro de São Paulo, organização que reúne movimentos de esquerda da América Latina. 

“Essa desorganização com que a direita e o conservadorismo europeu e latino-americano atuaram por muitos anos permitiu que a esquerda avançasse de maneira quase avassaladora. Depois de 30 anos de um domínio quase que absoluto, nós estamos reagindo”, afirma. 

Como mostrou a reportagem de VEJA, a movimentação ganha mais corpo após Eduardo Bolsonaro ser empossado como secretário de Relações Internacionais e Institucionais do PL. “Essa articulação e a sua organização começam a ganhar consistência com o reconhecimento do partido. Nós teremos ainda mais agilidade para poder expandir ao máximo esse trabalho de reunir os conservadores da Europa e da América Latina”, diz Onyx.  Enquanto o ex-ministro coordena as negociações com partidos europeus, o Zero Três planeja estreitar os laços com a direita da América Latina e também com o novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.

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