Bolsonarista que tentou explodir bomba no DF vai poder sair da prisão
Condenado por colocar explosivo na rodovia que dá acesso ao aeroporto de Brasília, George Washington de Oliveira Sousa ganha direito ao regime semiaberto

O empresário George Washington de Oliveira Sousa, condenado a nove anos e oito meses de prisão, pela tentativa de explodir uma bomba em Brasília na véspera do Natal de 2022, vai terminar de cumprir a sua pena no regime semiaberto. De acordo com a decisão da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, ele cumpriu um sexto da condenação e tem direito à progressão de regime.
Além disso, a juíza do caso pontuou que George Washington tem histórico de bom comportamento na prisão. “O requisito objetivo para a progressão será alcançado no dia 18/05/2024, como se vê no relatório de execução. Por sua vez, o requisito subjetivo está igualmente atendido, uma vez que inexistem faltas graves pendentes de apuração imputadas ao sentenciado”, diz a decisão, publicada na última sexta-feira, 17.
Ele estava preso desde o dia 24 de dezembro de 2022 e, por isso, o cálculo de um sexto da pena retroage a essa data. No regime semiaberto, George Washington vai poder sair para estudar ou trabalhar durante o dia e tem que se recolher no estabelecimento prisional durante a noite.
A tentativa de atentado aconteceu poucos dias antes do término do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro e antecedeu os ataques do 8 de Janeiro. Agentes da Polícia Militar encontraram o explosivo deixado por George Washington e mais dois comparsas na rodovia que dá acesso ao aeroporto de Brasília. Ele confessou, depois de preso, que organizou o atentado e que seu objetivo era “instalar o caos” e provocar a “decretação de um estado de sítio no país”, em protesto à iminente posse de Lula na presidência.
Natural do Pará, onde administrava postos de gasolina, George Washington gastou 160.000 reais com pistolas, fuzis, carabinas, munições e dinamites antes de ir para Brasília em dezembro de 2022. Ele estava acampado no Quartel-General do Exército, junto com outros militantes bolsonaristas, descontentes com a derrota do ex-presidente nas urnas.
Em março de 2023, em um dos depoimentos que prestou no processo, ele se disse arrependido. “Senhor, eu tenho 55 anos de idade, nunca entrei em uma delegacia, dois filhos. O arrependimento é grande. É um negócio surreal na minha vida. Foi tudo um fato isolado”, disse ao juiz do processo, que, na época, decidiu mantê-lo na prisão.