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Bolsonarismo e esquerda se enfrentam em nova eleição nacional no domingo

Escolha de 30.000 conselheiros tutelares pelo país virou palco de disputa entre as duas correntes, em meio a ofensiva conservadora contra aborto e drogas

Por Victoria Bechara Atualizado em 13 Maio 2024, 20h50 - Publicado em 30 set 2023, 13h21
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  • As eleições nacionais para preencher cerca de 30.000 vagas em conselhos tutelares do país neste domingo, 1º, viraram palco de uma grande guerra ideológica entre a esquerda e a direita bolsonarista. Os conselheiros, cuja principal função é zelar pelos direitos da criança e do adolescente, são eleitos pelo voto popular — qualquer eleitor pode comparecer a um local de votação, das 8h às 17h, e escolher o seu candidato.

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    Como mostrou reportagem de capa de VEJA, parlamentares conservadores são os que mais têm investido na campanha para eleger candidatos afinados com o seu discurso, em especial com pregações em defesa da família tradicional e contra o aborto e o que chamam de “ideologia de gênero”, temas que têm mobilizado a reação conservadora dos últimos dias, em especial depois que o Supremo Tribunal Federal começou a julgar processos que podem levar à flexibilização das leis sobre aborto e drogas. Nos últimos anos, tornou-se comum nas eleições para os conselhos tutelares encontrar candidatos com plataformas como a “defesa da liberdade” e “a favor da vida e da família”.

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    A campanha conservadora atraiu caras conhecidas do bolsonarismo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, os deputados Carla Zambelli, Bia Kicis, Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira — todos do PL — e ex-ministros do governo Jair Bolsonaro, como Gilson Machado (Turismo) e Marcelo Queiroga (Saúde). Igrejas evangélicas, como a Universal e as Assembleias de Deus, também têm participação forte na campanha.

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    Para o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudio Vieira, a atuação em relação a temas como o aborto fogem da prerrogativa dos conselhos. “Essa movimentação da direita é mais recente, principalmente após eles terem sido derrotados na eleição do ano passado. O discurso de costumes está sendo usado para ludibriar esse processo de escolha, que na verdade tem que estar baseado única e exclusivamente nas atividades previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”, afirma.  “Conselheiro tutelar não deve ter envolvimento ou representação de qualquer denominação religiosa ou político-partidária”, acrescenta. 

    O advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da infância e da juventude, diz que a gestão de Damares Alves no Ministério dos Direitos Humanos fortaleceu a articulação e o apoio a setores conservadores e ligados à igrejas. “Em alguns casos, os conselhos acabam se tornando trampolins políticos de quem quer se tornar vereador e deputado, em detrimento do foco principal dos conselhos, que deveria ser a defesa e garantia de direitos”, diz.

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    Esquerda

    Do outro lado do espectro ideológico também há mobilização, em especial de entidades ligadas a causas progressistas, que até criaram uma página com a lista de candidatos comprometidos com a defesa do ECA. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também divulgou ações da pasta para incentivar a população a participar do pleito. Parlamentares de esquerda também têm ocupado as redes sociais com o tema, como a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP)

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    Até mesmo celebridades mais identificados com pautas progressistas, como o apresentador Gregório Duvivier e os atores Paulo Betti e Lázaro Ramos se engajaram na campanha. “Vamos votar amanhã nos conselhos tutelares! Não é brincadeira! É luta! Procure se informe sobre candidates progressistas!!!”, diz Betti em suas redes sociais. “Venho aqui para reforçar a importância do seu voto. Nossas crianças precisam de nós. Vamos juntos?”, postou Lázaro Ramos.

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    A primeira-dama, Janja da Silva, também entrou na campanha neste sábado, 30. “Passando com um recado extremamente importante por aqui: as eleições para os conselhos tutelares. Pesquise quem são as candidatas e candidatos da sua cidade e escolha aquela ou aquele que estiver realmente comprometido com o ECA. Os conselhos tutelares têm a função de proteger nossas crianças e adolescentes. Então, votar para eleger uma conselheira ou conselheiro é lutar para garantir direitos e dignidade para nossos pequenos e jovens”, publicou.

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