As investigações contra Hytalo Santos por expor conteúdos a pedófilos

Um dos assuntos que mobilizaram a internet nesta sexta-feira, 8, foi um vídeo feito pelo influenciador Felipe Bressanin, conhecido nas redes como Felca, sobre como conteúdos que exploram sexualmente a imagem e a intimidade de menores de idade, principalmente meninas, têm tração nas redes sociais e proporcionam enriquecimento aos usuários — ao mesmo tempo que alimentam uma rede mundial de pedófilos. Um dos vários exemplos citados no vídeo é o do influenciador paraibano Hytalo Santos, cujo nome de registro é Hitalo José Santos Silva.

Apenas no Instagram, o perfil de Hytalo tem dezoito milhões de seguidores e a legenda “minha casa vive cheia, e minha família não é pequena” — depois da repercussão do vídeo de Felca, a conta foi desativada. Um dos principais conteúdos do influenciador paraibano são vídeos de danças sensuais de meninas menores de idade, que ele diz “adotar”, de forma simbólica. O influenciador chegou a exibir nos seus canais uma espécie de “reality” com menores de idade. Em trechos divulgados no vídeo de Felca, adolescentes aparecem se beijando e com acesso a bebidas alcoólicas. Hytalo sempre afirmou que os menores participam com o consentimento dos pais.

Apesar da visibilidade que o assunto ganhou nas redes, Hytalo já está sob o olhar da Justiça há algum tempo. Ele responde a dois inquéritos na Paraíba, seu estado de origem, por conta da exploração e da exposição sexual de menores de idade. Um caso está na capital, João Pessoa, e outro em Bayeux, cidade em que o influenciador morou. Segundo o Ministério Público da Paraíba, os pais desses menores de idade também estão na reta das investigações, por omissão na proteção dos filhos. Os casos estão em segredo de Justiça.

Um dos casos expostos por Felca no vídeo que tomou as redes nesta sexta é de uma adolescente, chamada de Kamylinha, que entrou para a turma de Hytalo quando tinha apenas doze anos. Há vários conteúdos do influenciador em que ela aparece falando abertamente sobre relações sexuais ou fazendo danças sexualizadas.

A crítica do vídeo é sobre quanto esses materiais tornam crianças e adolescentes presas fáceis para pedófilos, enquanto a monetização oferecida pelas plataformas pode enriquecer pais e responsáveis por esses conteúdos.

No vídeo, Felca mostra comentários com gifs (imagens em movimento, mais difíceis de serem rastreadas pela polícia) pedindo links para conteúdos e gírias que são usadas por pedófilos para se referir a esse tipo de conteúdo, como “CP” (do inglês, child porn, ou pornografia infantil), ou abreviações para o Telegram, rede na qual há a venda de vídeos e imagens desse teor.

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