Após prisão de deputado aliado, Bolsonaro pede que continue ‘tudo em paz’
No primeiro 'cercadinho' com apoiadores após a volta do Carnaval, presidente mantém o silêncio sobre a prisão do bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ)
Em sua primeira conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada após a volta do feriado do Carnaval — quando esteve em Santa Catarina longe dos problemas de Brasília –, o presidente Jair Bolsonaro pediu para que continuasse “tudo em paz”.
A declaração ocorre no momento em que a capital federal está em polvorosa com a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-SP), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após falas do congressista em um vídeo atacando a Corte e pedindo a volta do AI-5, um dos instrumentos de repressão mais duros da ditadura militar.
A prisão reacendeu o risco de um entrevero grave entre as instituições, já que a Câmara se reúne nesta quinta-feira para decidir se mantém ou não a prisão, que foi referenda por unanimidade pelos onze ministros do STF. Para o governo, esse tipo de crise não interessa porque, justamente agora, o governo vivia um momento tranquilo, com a eleição de dois aliados para comandar o Congresso — Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado — e vive a expectativa de fazer as suas pautas andarem no Legislativo.
“Tudo em paz aí pessoal? Pedi a Deus que continue”, afirmou Bolsonaro aos apoiadores. O presidente conversou e tirou fotos com os simpatizantes por pouco mais de três minutos apenas. Normalmente, ele passa de 10 a 20 minutos no chamado “cercadinho” do Alvorada. Na semana passada, por exemplo, Bolsonaro chegou a falar por mais de 30 minutos com o público.