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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Ação na Cracolândia: guardas-civis movimentaram R$ 6 milhões em seis meses

Agente municipal tinha 'lista de pagadores de boa-fé' de empresas instaladas na região da cracolândia

Por Valmar Hupsel Filho 6 ago 2024, 13h47

Na operação deflagrada nesta terça-feira, 6, para desbaratar um “ecossistema criminoso” na Cracolândia, na região central da capital paulista, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão de ao menos três guardas municipais que, segundo os investigadores, integravam um esquema de cobrança ilegal de proteção a comerciantes mediante extorsão, além de lavagem de dinheiro. A investigação apontou que o esquema tinha uma “lista de colaboradores de boa-fé”. Em seis meses, um dos guardas-civis municipais (GCMs) teria movimentado mais de seis milhões de reais.

Foram expedidos mandados de prisão contra Elisson de Assis, Renata Oliva de Freitas Scorsafava e Antonio Carlos Amorim Oliveira. Segundo os investigadores, eles atuavam como milícia, extorquindo comerciantes em troca de proteção contra delitos patrimoniais cometidos pelos adictos. As cobranças, de acordo com o MP, eram feitas mediante ameaças.

Segundo o Ministério Público, Elisson de Assis, integrante do Inspetoria Regional de Operações Especiais (Iope), uma espécie de grupo de elite da GCM, vendia segurança por meio de empresas em nome de terceiros. As empresas, como a Stive Monitoramento e a Law $ Force Monitoramento, tinhamuma “lista de pagadores de boa-fé”.

GCMs tinham 'lista de pagadores de boa fé' extorquidos a pagar por proteção
GCMs tinham ‘lista de pagadores de boa fé’ extorquidos a pagar por proteção (Reprodução/Divulgação)

Na relação constam nomes de diversos estabelecimentos localizados na região central da capital paulista, de um lado, e na coluna seguinte a indicação de “pagou” ou “não pagou”. Os comércios iam desde pizzaria e restaurantes a lojas de peças de acessórios e até consultório de dentista.

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Proteção mediante extorsão

Segundo o Ministério Público, Elisson mostraria aos comerciantes a diferença entre ter a proteção deles e não ter, “em um claro contexto de extorsão e obrigando-os a aderir aos serviços de ‘proteção e segurança’ prestados por ele”, afirmam os promotores.

Relatórios de Inteligência Financeira fornecidos em colaboração pelo Coaf apontaram movimentações atípicas de comerciantes e exploradores de jogos de azar também para as contas do guarda-civil Antonio Carlos Amorim Oliveira, que atua na área da rua 25 de março, conhecido ponto de comércio popular da região central de São Paulo. Os movimentos, segundo os promotores, apontam para o crime de lavagem de dinheiro.

Em um dos exemplos citados pelos investigadores, o GCM recebeu e enviou volumosos montantes de recursos para colegas de profissão. Somente no período entre junho e dezembro de 2021, Oliveira teria movimentado mais de 6 milhões de reais em suas contas.

Em outro registro, o MP-SP identificou que 702 mil reais foram creditados na conta do GCM “por meio de 181 depósitos em espécie, realizados de forma fragmentada, sendo a maioria de empresas de Estados distantes de São Paulo, em clara atividade de lavagem de capitais, posto que esse dinheiro movimentado é muito maior do que a sua capacidade financeira”.

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A guarda-civil Renata Oliva de Freitas Scorsafava, que é casada com um Policial Militar e era sócia dele em uma empresa de segurança particular, recebeu em suas contas e na de terceiros, segundo o MP-SP, dezenas de depósitos vultuosos de outros integrantes das forças de segurança, como guardas-civis metropolitanos e policiais, civis e militares. Em um dos depósitos identificados pelos investigadores, um soldado da PM transferiu 116 mil reais para a conta da GCM.

Ao pedir a prisão dos guardas-civis, o Ministério Público apontou o risco à sociedade representado pela milícia. “Decerto que os integrantes das forças policiais que se corrompem e passam a atuar à margem da lei possuem a mesma periculosidade que um integrante de uma facção criminosa, agindo sem qualquer freio moral e investindo criminalmente contra autoridades que os processam, a exemplo do que ocorre no Estado do Rio de Janeiro.”

VEJA não localizou a defesa dos investigados.

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