A pauta que fez Anitta iniciar uma campanha para pressionar Hugo Motta
Com dezenas de milhões de seguidores, artista lança ofensiva nas redes contra projeto de lei que altera as regras de licenciamento ambiental

A cantora Anitta deu início a uma campanha nas suas redes sociais — onde tem mais de 60 milhões de seguidores no Instagram e quase 2o milhões no X — nesta terça-feira, 27, para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a não colocar para votação o projeto de lei que flexibiliza as regras de licenciamento ambiental. Já aprovado no Senado, por 54 votos a 13, o PL 2159/2021 foi chamado pela cantora de “PL da Devastação”.
“Vamos pedir ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para pensar na responsabilidade que é colocar esse projeto de lei em votação. Eu já mandei meu recado, quem quiser vir junto é só entrar em PLdaDevatação.obr“, escreveu a artista. “O assunto é muito sério. Os políticos brasileiros podem aprovar uma lei que facilita o desmatamento de florestas e a poluição dos nossos rios e mares, prejudicando muito nossa comida e o ar que respiramos, além de abrir as portas para mais desastres”, completou.
A cantora ainda citou que a votação pode ocorrer às vésperas da Semana Mundial do Meio Ambiente. “Sim, é inacreditável… O Brasil que o mundo está olhando, que receberá a COP30 e o festival Global Citizen este ano. Dono de uma das maiores riquezas naturais que existe. Estão colocando o meio ambiente e a todos nós em risco! Mas a gente pode, sim reagir a esse absurdo”, disse.
Galera, o assunto é MUITO sério. A partir de HOJE os políticos brasileiros podem aprovar uma lei que FACILITA o desmatamento de florestas e a POLUIÇÃO dos nossos rios e mares, prejudicando muito nossa comida e o ar que respiramos, além de abrir as portas para mais desastres…… pic.twitter.com/xkhXUbSsB6
— Anitta (@Anitta) May 27, 2025
Ministra do Meio Ambiente sofre derrotas com projeto de lei
A ministra Marina Silva, responsável pela Pasta do Meio Ambiente, tem sofrido uma derrota atrás da outra na pauta que defende. Entre elas está, justamente, a aprovação do PL que muda as regras do licenciamento ambiental pelo Senado Federal na semana passada.
O PL é criticado por ela e outros ambientalistas por permitir, por exemplo, que atividades que não ofereçam risco ambiental ou que sejam executadas por questões de soberania ou calamidade pública não sejam obrigadas a adquirir a licença.
Outra derrota da pasta e da ministra se deu no dia 19, quando, depois de uma briga que se arrastou por anos, o Ibama (autarquia que está sob a aba do Ministério do Meio Ambiente), emitiu as licenças necessárias para que a Petrobras faça as primeiras simulações de emergência na bacia da Foz do Amazonas, onde pretende explorar petróleo.
Marina criticou diversas vezes a investida da Petrobras, defendeu a análise técnica do Ibama, mas ficou isolada no governo — até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o “lenga-lenga” da agência ambiental e defendeu a exploração de petróleo na região.