A não diferença entre caixa 2 e propina na charge de Benett
Trabalho publicado pela Folha de S. Paulo ilustra o que muda para o cidadão se o dinheiro ilícito para políticos foi para eleição ou enriquecimento

Um dos temas que ganharam relevância na agenda política nos últimos dias é a suposta necessidade de o Judiciário e o Ministério Público distinguirem os políticos que receberam de forma ilícita dinheiro de empreiteiras para caixa 2 de campanha eleitoral e aqueles que fizeram isso para enriquecimento pessoal.
“Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa 2 para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na semana passada em texto no qual defendia o companheiro de partido, o senador Aécio Neves, acusado por delatores de recebimento de dinheiro por meio de caixa 2.
O próprio Aécio, ao jornal Folha de S. Paulo, defendeu a separação entre caixa 2 e propina. “Um cara que ganhou dinheiro na Petrobras não pode ser considerado a mesma coisa que aquele que ganhou cem pratas para se eleger”, afirmou.
Outros políticos graúdos já haviam defendido a mesma tese, como o líder do governo Temer no Senado, Romero Jucá (PMDB), que afirmou que “citado na Lava Jato (por ter recebido dinheiro de empreiteira) todo mundo vai ser”.
Uma charge publicada na edição desta quinta-feira pela Folha de S. Paulo retratou o tema e “desenhou” a diferença para o cidadão comum entre o dinheiro ilícito para campanha eleitorais e aquele usado para enriquecimento pessoal. O trabalho, do chargista Benett, mostra que nada muda para a população.