A influência da igreja de Milton Ribeiro no governo Bolsonaro
Ministério da Educação já teve outros membros da Igreja Presbiteriana; ex-ministro era pastor em igreja de Santos

Uma foto enorme do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro está estampada na primeira página do site da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, de Santos, no litoral de São Paulo. “Uma igreja reformada e atual, de base histórica e relevância contemporânea. De cultura acolhedora e ação discipuladora. No coração de Santos para a glória de Deus”, informa o site.
O ex-chefe do MEC, suspeito de participar de um esquema de corrupção na pasta, é pastor presbiteriano e foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mas não foi o primeiro e nem o único membro da igreja a integrar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os presbiterianos são protestantes de orientação calvinista, associada ao francês João Calvino. O ex-ministro Carlos Alberto Decotelli, que passou apenas uma semana no comando do MEC, também era membro da igreja. Ele pediu demissão após a descoberta de informações falsas e inconsistências em seu currículo.
A gestão de Ribeiro levou outros nomes presbiterianos à pasta. É o caso do presidente do Inep, Danilo Dupas, e do ex-presidente da Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Benedito Guimarães Aguiar Neto. Ele foi exonerado em abril de 2021.
O ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça, o “terrivelmente evangélico” indicado por Bolsonaro e que antes foi ministro da Justiça e chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), também atuou como pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília.