Três assessores de Bolsonaro são acusados de racismo nas redes
Após comentários dirigidos a pesquisadora negra, trio virou alvo de críticas nas redes sociais
Tercio Arnaud Tomaz, Felipe Carmona e Felipe Cruz Pedri, todos assessores do governo Jair Bolsonaro, com cargos de confiança que custam ao contribuinte cerca de 15.000 reais por mês cada um só em salários, parecem estar com tempo sobrando.
Os três se envolveram em uma grande polêmica no Twitter na tarde desta quinta-feira, 27, e estão sendo acusados de racismo por conta de comentários direcionados a uma pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que fazia uma análise sobre violência em uma reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo.
Os usuários da rede social em peso entenderam que os comentários que tentavam desqualificá-la se deram unicamente em razão da aparência da pesquisadora: negra e com cabelo estilo black power. As acusações de racismo se espalharam na rede social. A pesquisadora pediu no Twitter que o seu nome e a sua imagem não fossem mais divulgados porque ela passou a receber ataques após o episódio.
Quem começou foi Tercio, que entre outras coisas, é suspeito de ser um dos cabeças do chamado “gabinete do ódio”, que usa a estrutura do governo para ataques digitais a adversários e instituições, e que só chegou ao cargo de assessor especial da Presidência porque é apadrinhado por Carlos Bolsonaro.
Ele printou a tela da TV, fez um círculo em torno do nome e da identificação da pesquisadora e publicou no Twitter. Felipe Pedri, que é secretário nacional do Audiovisual na pasta comandada por Mario Frias (Cultura), só repondeu com uma gargalhada acompanhada de “Não é possível”. Felipe Carmona, que é secretário nacional de Direitos Autorais na mesma pasta, chegou a um limite perigoso: “Tão especialista em segurança pública quanto em salão de beleza”.
Tercio e Carmona, em vez de trabalharem, tiveram que usar o horário de expediente para se defender nas redes sociais — e fizeram isso novamente tentando desqualificar a pesquisadora. Pedri, por enquanto, está em silêncio. Veja abaixo as desculpas de cada um.
Não tem nada a ver com black power nem com o fato de ser mulher. Tem a ver com o fato de que a mulher nunca foi pra rua trocar tiro com bandido e garantir a segurança da população, mas defende desencarceramento e abolicionismo penal. https://t.co/MUFL3TcTBm
— Tercio Arnaud Tomaz (@TercioTomaz) January 27, 2022
Mas quem falou em cabelo? De onde tiraram racismo? Já viram o Curriculum dela? ZERO experiência em Segurança Pública, bem como em salão de beleza. Segundo seu CV, está CURSANDO especialização em algum ramo do DIREITO (nada a ver com Segurança Pública). Enfim, a hipocrisia. https://t.co/LdmzQ7bpUR
— Felipe Carmona (@Carmona_SP) January 27, 2022