A dificuldade do PT para manter o controle de reduto histórico no ABC
Corrida eleitoral em Diadema tem empate entre prefeito José de Filippi Júnior (PT) e Taka Yamauchi (MDB), diz Paraná Pesquisas
A menos de um mês das eleições municipais, o PT enfrenta uma batalha acirrada para continuar no comando de Diadema, histórico reduto eleitoral do partido no ABC, na região metropolitana de São Paulo. A cidade caminha para um segundo turno entre Taka Yamauchi (MDB), que tem 40,1% das intenções de voto, e o prefeito José de Filippi Júnior (PT), com 39,3%, segundo levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta quinta-feira, 5.
Um dos fundadores do PT, Filippi busca a reeleição para o quinto mandato em Diadema, município que já governou por duas gestões entre 1993 e 1997 e outras duas de 2001 a 2009. O petista foi deputado federal pela legenda e tesoureiro das campanhas presidenciais dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e Dilma Rousseff, em 2010.
Yamauchi, por sua vez, concorre pela terceira vez à prefeitura sem ter ocupado, anteriormente, nenhum cargo eletivo. O engenheiro é aliado político do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e comandou até o último mês de junho a SPObras, autarquia da secretaria municipal de Infraestrutura e Obras da capital paulista.
Dentro da margem de erro de 3,7 pontos percentuais, Yamauchi e Filippi estão tecnicamente empatados na liderança da disputa. Em segundo lugar, também em situação de empate técnico, estão o farmacêutico Márcio Paschoal (Podemos), com 8,1%, e o ex-secretário municipal de Gestão de Pessoas, Gesiel Duarte (Republicanos), com 1,1%.
Campo de batalha entre Lula e Bolsonaro
A candidatura de José de Filippi é apoiada por uma ampla aliança de centro-esquerda entre o PT e outros oito partidos, em coligação composta por PDT, PSB, PSOL, Rede, PV, PCdoB, PSD e União Brasil. O presidente Lula vê como prioridade a permanência no controle de um de seus berços históricos no ABC paulista.
Do lado oposto, Taka Yamauchi é endossado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que indicou a companheira de chapa Andreia Fontes (PL), e por uma coligação de centro-direita formada com PP, PRTB, PRD, DC, Mobiliza, Avante, Solidariedade, PSDB e Cidadania.
O atual prefeito tem a seu favor a boa popularidade de Lula entre os eleitores de Diadema, com 56,7% de aprovação e 40,1% de rejeição à administração do governo federal no município. A gestão do próprio Filippi em seu quarto mandato na chefia da Prefeitura também tem razoável margem de apoio, somando 50,1% de avaliações positivas e 45,3% de negativas entre o eleitorado.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 720 eleitores em Diadema entre os dias 1º e 3 de setembro de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 3,7 pontos percentuais para mais ou para menos. O número de registro na Justiça Eleitoral é SP-01580/2024.