A debochada reação de Bolsonaro às críticas nos desfiles de Carnaval
Algumas escolas atacaram o presidente de forma explícita, que recebeu também apupos na ala dos camarotes
![S„o Paulo, (SP) 24.04.2022 - Cultura / Desfiles das Escolas de Samba de SP do Grupo Especial - Na foto: Personagem caracterizado de Jair Bolsonaro È vacinado e vira JacarÈ. Desfile da escola de samba Rosas de Ouro do Grupo Especial do Carnaval de S„o Paulo 2022 no SambÛdromo do Anhembi na madrugada deste domingo (24). (Foto: Marcello Fim/Zimel Press/AgÍncia O Globo) Cultura](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/04/CUL311843.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Tanto na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, quanto no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, os desfiles das escolas de samba no Carnaval fora de época, durante o último fim de semana, foram marcados por críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) vindas da avenida e das arquibancadas.
A Rosas de Ouro, que desfilou na capital paulista na manhã do domingo (24), foi direta ao trazer Bolsonaro se tornando um jacaré ao receber a vacina contra a Covid-19 no último carro do desfile, em referência à fala negacionista do presidente no início da campanha de vacinação.
Bolsonaro publicou o vídeo nas suas redes sociais e reagiu com ironia. “Que apresentação ruim kkkkkkkkkkkkkkkk”, escreveu. Na sequência, lembrou que todas as doses do imunizante aplicadas no Brasil foram compradas pelo governo federal.
— Que apresentação ruim kkkkkkkkkkkkkkkk. Valeu 👍. pic.twitter.com/WJqAl8yJtX
Continua após a publicidade— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 25, 2022
Também em São Paulo, a Gaviões da Fiel relembrou o presidente, de forma menos explícita, ao fazer um desfile sobre o combate ao racismo e ao fascismo. Em certo momento, a escola trouxe um casal com terno e faixa presidencial no meio da ala de militares, representando o “presidente fascista”.
Já no Rio de Janeiro, os ataques vieram da Unidos da Tijuca, que usou um dos seus carros para criticar o Projeto de Lei 191, do governo federal, que tramita no Congresso para liberar a mineração em terras indígenas. No desfile, indígenas levaram placas com palavras contra a proposta, que fizeram parte do samba-enredo que transformou a Sapucaí numa floresta encantada.
Críticas também foram ouvidas das arquibancadas, como mostraram vídeos e relatos de presentes em ambas as cidades. O coro de “Fora Bolsonaro”, além de xingamentos, protagonizou também os momentos em que as escolas de samba falaram mal do governo.
O representante mais importante da cúpula bolsonarista que esteve presente na Sapucaí foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho Zero Um marcou presença numa área reservada do camarote Arpoador. Em frente ao local, no camarote Favela, uma bandeira que pedia “Fora Bolsonaro” foi estendida assim que o senador foi notado. A reação do Zero Um foi de risadas debochadas, como registrou o repórter Caio Sartori durante a cobertura de VEJA na avenida.