A contribuição do sobrinho de Dilma para aproximar o União Brasil de Lula
Vereador de Belo Horizonte, Pedro Rousseff (PT) faz tour com prefeito da capital mineira, Álvaro Damião (União), por vários ministérios nesta quarta-feira

O vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT-MG) afirmou que está tentando atrair o prefeito da capital mineira, Álvaro Damião (União), para a base do governo Lula. A declaração foi dada a VEJA nesta quarta-feira, 23, durante viagem dos dois a Brasília e após a recusa do deputado federal Pedro Lucas (União-MA) para assumir o Ministério das Comunicações — o que coloca em jogo a continuação do União Brasil na base governista.
“O prefeito é muito importante para a gente, já que Belo Horizonte é uma das maiores cidades deste país. Então, é muito importante trazer o prefeito Álvaro Damião para o lado do presidente Lula, tanto pela questão das eleições no ano que vem quanto para a gente continuar com as grandes obras em Belo Horizonte”, disse Rousseff, que é sobrinho da ex-presidente Dilma e o vereador mais votado do PT em Minas Gerais.
“Eu articulei a vinda do atual prefeito de Belo Horizonte [a Brasília]. Eu estou fazendo uma tentativa de aproximação do novo prefeito, Álvaro Damião, do presidente Lula. O prefeito é do União Brasil, que, até aqui, tinha ministério, como se pode ver pela recusa do deputado Pedro Lucas, que se negou a participar do ministério do Lula, não entendi muito bem por qual motivo”.
Segundo Rousseff, ele e o prefeito de Belo Horizonte cumpriram juntos uma agenda de reuniões por três ministérios nesta quarta, a partir das quais o vereador disse esperar conseguir 2,5 bilhões de reais a mais para a prefeitura da capital mineira nos próximos anos.
Entre as reuniões, o vereador citou um encontro com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Ester Dweck (foto acima), no qual eles debateram a assinatura de um documento pelo qual a União doaria um terreno à prefeitura, para que fosse construído um novo bairro no centro de Belo Horizonte, contendo de 6.000 a 9.000 moradias populares.
“Um novo bairro, no meio da cidade, em área nobre, um bairro excepcional, direcionado para as pessoas mais simples, mas arborizado, com grandes projetos, praças, UPAs, centro de saúde, escola, um projeto bem grande”, definiu Rousseff.
Em seguida, eles também encontraram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em busca de mais verbas para construção de centros de saúde e UPAs na capital mineira. E, por fim, a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para pedir a prorrogação do PAC 3, numa tentativa da prefeitura conseguir mais verbas para obras de infraestrutura e saneamento básico.
Além do tamanho do colégio eleitoral de Belo Horizonte, o estado de Minas Gerais é considerado um dos mais importantes e balizadores das eleições presidenciais no Brasil, ajudando a definir a cada quatro anos o nome que vai chefiar o Planalto.
A possível saída do União Brasil da base do governo pode representar um enfraquecimento ainda maior da gestão de Lula, visto que ela está com aprovação em queda e com dificuldades para aprovar projetos importantes em áreas primordiais, como economia e segurança, no Congresso Nacional.