A confusão que terminou em prisão por racismo no Parque Ibirapuera
Homem foi detido em partida de futebol por crime considerado inafiançável e imprescritível pela Constituição brasileira

Um homem de 24 anos foi preso na tarde do último sábado, 24, sob a acusação de racismo após uma desavença durante uma partida de futebol no Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
Segundo uma das vítimas que acionou a polícia, o homem começou a fazer ofensas racistas e a agredir fisicamente ele e outros dois jogadores. Ele foi contido pelos seguranças privados do parque até a chegada dos policiais, que o levaram para a delegacia da Vila Mariana, também na zona sul da cidade.
O caso gerou grande comoção das pessoas que estavam no parque no momento, que se aglomeraram para observar a discussão e a detenção do acusado. “Racista, racista!”, gritaram algumas pessoas, como é possível observar em vídeos publicados nas redes sociais.
“A galera meteu uma surra em um racista no parque do Ibirapuera. A polícia demorou horas para chegar, mas o desgraçado foi preso”, escreveu um internauta na rede social X. No entanto, não há informações oficiais de que o homem tenha sido linchado.
O caso foi registrado como preconceito de raça ou cor, injúria, ameaça e lesão corporal no 27º Distrito Policial. O crime de racismo é considerado inafiançável e imprescritível pela Constituição. Ou seja, a lei não permite que o acusado seja liberado temporariamente pagando fiança e a Justiça não se limita por um prazo para processar e julgar o acusado.
A pena para racismo no Brasil é de dois a cinco anos de prisão, além de multa, que pode variar dependendo da gravidade de cada situação. O crime de injuria racial, caso seja categorizado assim, equivale ao crime de racismo, com mesma pena.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o homem já foi indiciado pelo crime. VEJA entrou em contato com o Tribunal de Justiça do estado para saber quais serão os próximos passos do caso e aguarda retorno.