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Por José Benedito da Silva
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A candidata pelo PT apoiada pelo PCC: “Pedem voto para mim, sim”

Empresária que concorre a uma vaga no Congresso diz que defende os direitos dos presos, mas não pertence a grupo criminoso

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 set 2022, 14h53

A candidata a deputada federal pelo PT Fabiana Soler, cujo marido cumpre uma pena de 48 anos de detenção no Presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, comentou o “salve” (ordem) emitido pelo PCC orientando famílias dos detentos a votarem nela, conforme mostrou reportagem de VEJA. “Desconheço essa ordem”, afirmou ela a VEJA. “Mas acredito que os presos possam falar para suas famílias votarem em mim, sim, de forma individual, pois estou na luta pelos direitos dos detentos há anos”, completou.

Fabiana é casada com Evandro Andrade da Silva, conhecido no mundo do crime como Ceasa, Veinho e Bondinho. Segundo ela, ele não pertence ao Primeiro Comando da Capital, ao contrário do que garantem as autoridades da área de segurança do governo de São Paulo.

“Meu marido não é de nenhuma facção criminosa, incluindo o PCC. Os presos usam qualquer tipo de fala como um ‘salve’, que não significa apenas uma ordem de uma facção. De qualquer forma, eu desconheço uma ordem do PCC para votarem em mim, mas acredito que os presos possam falar para suas famílias, sim, de forma individual, pois eu estou nessa luta há muito anos”.

Embora evite falar em retaliação a seu nome por parte das direções de presídios, Fabiana Soler afirma que fez uma série de denúncias de torturas e maus tratos quando seu marido estava em Avaré. “Eles espancavam os presos e os deixavam sem água. Os presos de lá ficaram nove meses sem banho de sol, em protesto, pois na hora de retornar às celas todos apanhavam dos agentes. Eu ajudei a denunciar isso. Depois, transferiram meu marido e ele ficou 1 ano da ‘tranca’ (no Regime Disciplinar Diferenciado, o RDD)”.

Publicação do Instagram de Fabiana Soler -
Postagem no Instagram de Fabiana Soler – (Reprodução/Instagram)

Segundo os cálculos da candidata, Evandro, condenado a 48 anos de prisão por roubo, porte ilegal de arma, homicídio, receptação, cárcere privado e tráfico de drogas, pode requerer a partir de janeiro do ano que vem a progressão para o regime semiaberto. Ele está preso desde dezembro de 1998 e cumpriu 50% da condenação. “Ele tem noção de onde ele está e sabe dos erros que cometeu. Mas quando houver progressão, ele sairá uma outra pessoa. Não se pode criminalizar nem ele e nem eu”.

Nas próximas três semanas, Fabiana Soler vai percorrer as cadeias paulistas para fazer campanha com os familiares de presos. Entre as propostas, a necessidade de melhorias no tratamento aos detentos. “A comida é ruim, tem tortura e pena de sede. Imagina uma cela com quarenta pessoas e apenas um vaso sanitário. Eles ficam lá, sem água, por dez, doze horas. Nem na guerra se pode negar água. Eu também defendo a educação e o trabalho dentro dos presídios. No local onde meu marido está, ninguém trabalha ou estuda. Como sairão reabilitados?”, questiona a candidata, que conheceu Evandro em 2006 por intermédio de uma amiga, hoje sua cunhada.

O casal tem uma menina de nove anos.

 

 

 

 

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