O castigo só funciona se tiver uma característica educativa, e não punitiva. Se for apenas para extravasar a raiva dos pais, o castigo perde a função educativa. Para a psicóloga e pedagoga Elizabeth Monteiro, autora do livro Criando Filhos em Tempos Difíceis – Atitudes e Brincadeiras para uma Infância Feliz, o castigo será educativo se a penalidade tiver relação com a atitude da criança.
A psicóloga Thaís Moraes, uma das idealizadoras do programa Treinamento de Pais, diz que o “castigo não é a melhor forma de educar”. “É apenas uma das estratégias que temos para reduzir a frequência de maus comportamentos.”
Thaís alerta para o risco de usar o castigo indiscriminadamente e dessa forma tornar a educação punitiva. “Corre-se o risco dos pais se tornarem aversivos à criança, o que a leva a obedecer por medo. E isto não educa, serve apenas para condicionar a criança.
É preciso deixar claro que castigo não é palmada. Colocar para pensar também não ensina nada à criança. Para que o castigo seja educativo, é preciso que a penalidade tenha relação com a atitude da criança.
“Se a criança jogou uma pedra e quebrou o vidro da escola, não adianta gritar, xingar e ameaçar deixar sem TV e sem videogame. O pai deve perguntar o motivo daquela atitude, entender se a criança estava com raiva ou descontrolada, dizer que até entende, mas não aceita e por isso o filho vai ficar sem mesada, sem ir ao shopping, sem passear, pois o dinheiro será usado para consertar o vidro quebrado. “Isso é educativo”, afirma a Elizabeth.
Para Thais, há outras maneiras mais efetivas para educar os filhos. “Para a criança, saber o que é esperado dela é tão importante quanto saber o que não pode fazer.”
Elizabeth é uma das críticas ao método de colocar a criança de castigo no cantinho do pensamento. “Dependendo da idade, a criança não sabe nem elaborar direito a questão da responsabilidade, isso só começa aos 7 anos. Antes disso, ela não sabe elaborar esse pensamento. Esse método só ensina à criança que pensar é um castigo, quando na verdade pensar é uma exigência humana.”
Segundo ela, não existe idade mínima para os pais ensinarem aos filhos noção de certo e errado e reprovar algumas atitudes. “Quando a criança é muito pequena, os pais podem fazer cara feia, dizer que não gostaram do que ela fez. Se a criança estiver muito agitada, podem tentar acalmá-la, nunca com palmada.”
Nos Estados Unidos, uma menina de 3 anos está desaparecida desde sábado após seu pai colocá-la de castigo de madrugada sozinha na rua por ela não ter bebido o leite. O caso aconteceu em um subúrbio de Dallas, no Texas, e o homem, de acordo com informações do jornal The Independent, foi preso pelas autoridades no dia do incidente, acusado de abandono e de colocar um menor em situação de risco. Ele foi solto no domingo após pagar fiança.
Para Elizabeth, o que esse pai fez não é castigo, mas abandono de menor. “Isso é um filme de terror, é submeter a criança a uma sensação de violência, é um abuso infantil. Não tem nada de educativo numa situação dessas, é traumatizante, passa para a criança a sensação de abandono, de medo, que o mundo é muito mau.”
A psicopedagoga afirma que os pais não devem castigar filhos que não querem comer. “Nesse caso, o castigo é deixar passar fome. Os pais não devem forçar a criança a fazer uma coisa que não quer. É preciso respeitar a percepção dela quando diz que não tem fome ou não tem frio. Pais que ignoram isso deixam a criança insegura sobre o que sente.”
Em vez de castigos, Thaís recomenda a adoção de estratégias disciplinares mais positivas, como reconhecer e elogiar o bom comportamento. “Há estratégias de educação emocional muito efetivas, como ensinar os filhos a reconhecer, nomear e gerenciar as emoções. Na maioria das vezes, dificuldades de regulação emocional precedem problemas comportamentais.”
Para saber se o castigo é educativo, Elizabeth propõe uma reflexão: a criança vai aprender algo ou é só para descarregar a raiva dos pais?
 
     
	 
						 
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