Não conta pro Cabral
Já pensou se ele descobre, e, apegado ao luxo como é, lança o “movimento dos presidiários sem piscina”?
Na Arábia Saudita, o nome da cadeia é Ritz. Hotel Ritz.
Dúzias de bilionários, príncipes, ministros e ex-ministros presos desde sábado em Riad, capital do país, estão confinados num dos hotéis mais luxuosos do mundo.
Spa exclusivo pra homens, piscina aquecida e banheira de hidromassagem são só algumas das comodidades à disposição dos hóspedes.
É verdade que, “devido a circunstâncias imprevistas”, o hotel está sem telefone e internet, informa seu site. Supõe-se que por ordem do rei.
Mas, para Cabral, isso seria o de menos.
Já pensou se o ex-governador do Rio, que na semana passada foi privado de uma tremenda videoteca em Benfica, descobre a mordomia dos alegados corruptos sauditas?
Entende-se melhor agora a preocupação do juiz Marcelo Bretas com as informações que Cabral recebe de fora da cadeia.
Apegado do jeito que parece ser a joias, iates, mansões e hotéis de luxo, Cabral bem poderia ter a ideia de lançar o movimento dos presidiários sem piscina.
Ou começar a espalhar a #presosonoritz (preso só no Ritz).
Sobre a extravagante e inédita ordem de prisão de alguns dos homens mais ricos do país, e que chocou o mundo, há mais informações aqui: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-41878113
Ou aqui, em inglês: https://www.reuters.com/article/saudi-arrests-business/rpt-saudi-economy-vulnerable-as-corruption-probe-hits-business-old-guard-idUSL5N1NC65O