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Você está com fadiga pandêmica?

O que fazer para driblar o cansaço depois de dois anos de pandemia

Por Alaor Carlos de Oliveira Neto
Atualizado em 21 fev 2022, 15h22 - Publicado em 21 fev 2022, 15h19

Após dois anos de pandemia é possível observar sinais de cansaço em parte da população frente às medidas preconizadas e às mudanças no estilo de vida decorrentes do enfrentamento da Covid-19. A este fenômeno dá-se o nome de Fadiga Pandêmica, que pode ser definido como a desmotivação das pessoas em seguir comportamentos de proteção decorrente do sentimento de exaustão, cansaço e sensação de esgotamento. Tal quadro emerge gradualmente ao longo do tempo e é afetado por uma série de emoções, experiências, além de percepções pessoais.

Hoje há um número crescente de pessoas que não seguem suficientemente as recomendações de restrição social. Dada a natureza complexa da fadiga pandêmica, bem como a gravidade do descontrole da Covid-19, é fundamental que a sociedade aprenda como manejar os efeitos decorrentes de tal dissonância cognitiva – a não correlação entre o que se considera ser certo com o que se é praticado em relação à pandemia.

Entre os principais aspectos que interferem na motivação individual de perseveração com as medidas de distanciamento social e cuidados de higiene destacam-se a diminuição da percepção de ameaça sobre o vírus, que ocorre a medida em que as pessoas acostumam-se com sua existência e consideram haver previsibilidade sobre suas consequências (mesmo que nefastas); a vivência de perdas pessoais e econômicas como resultante de medidas de enfrentamento e controle da pandemia, além do desejo humano de autodeterminação e liberdade que pode crescer à medida em que as restrições continuam por um longo período de tempo, impondo inconveniências na vida cotidiana. Assim, atitudes que modifiquem tais vivências tendem a propiciar maior engajamento social e por conseguinte, melhores resultados epidêmicos e maior proteção populacional.

Com toda a experiência acumulada até o momento, hoje entende-se que a qualidade da informação é mais importante do que sua quantidade. Escolher boas fontes auxilia no direcionamento da energia àquilo que realmente importa no momento da pandemia e evita o desgaste de entrar em contato com informações errôneas e sem evidência técnica que servem apenas para causar angústia, resistência e riscos de exposição desnecessários.

A aplicação de medidas justificadas e contextualizadas com o momento da pandemia pelas autoridades também se mostra fundamental para que o esforço de cada indivíduo encontre um propósito real de ser. Retomar, ainda que de forma adaptada, hábitos cotidianos de vida com o retorno de práticas esportivas, experiências culturais e sociais, respeitando-se medidas preventivas e de distanciamento, são peças-chaves para lidar com a exaustão pandêmica.

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Enaltecer as medidas colaborativas mais do que criticar aqueles que se afastam dos cuidados também é uma forma melhor de enfrentar o estresse neste cenário.

E o mais importante, lembrar-se de que tudo isso será passageiro. O esforço de hoje tem por objetivo oferecer vivências plenas com quem realmente importa, sem deixar ninguém para trás. Persevere.

Letra de Médico - Alaor Carlos de Oliveira Neto
(./.)
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