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Treinamento realista aprimora a arte da cirurgia

Aprender novas técnicas de operação e o uso de ferramentas mais modernas exige testes em contextos mais próximos da vida real, defendem especialistas

Por Rodrigo Oliva Perez e Carolina da Costa*
13 abr 2023, 09h56

Mesmo com todo avanço tecnológico nos modelos de intervenção cirúrgica, a formação de cirurgiões não pode prescindir da prática e do manuseio de peças anatômicas em contexto realístico. Isso significa que, além de saber em qual situação indicar um procedimento, o especialista precisa estar apto a executá-lo com suas próprias “mãos”.

O que implica melhorar resultados e reduzir a variabilidade entre eles, mas também estudar e administrar novos recursos e ferramentas tecnológicas em um ambiente cada vez mais sofisticado e complexo.

É praticamente impossível que uma cirurgia seja realizada de forma idêntica por dois médicos. Analogia se faz com dois pintores reproduzindo a mesma paisagem. Por mais parecidas que as pinturas fiquem, é quase impossível serem idênticas.

Para reduzir a variação entre os resultados e garantir semelhança em cirurgias feitas por diferentes pessoas, todas as especialidades têm estabelecido a padronização técnica de acordo com órgão e doença.

O método usado e recomendado para o tratamento de determinadas enfermidades muda ao longo do tempo. Exemplo: um procedimento adotado para uma doença no passado recente mostra resultados decepcionantes em estudos científicos de longo prazo. Com isso, cirurgiões passam a estudar possibilidades para evitar os problemas apresentados nessas pesquisas.

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Isso faz com que aqueles que estiveram adaptados há anos com determinada conduta tenham de modificar sua prática, aprender novas técnicas e passar a aplicá-las na prática clínica. É um fenômeno muito frequente, que faz com que cirurgiões já formados e estabelecidos tenham que aprender novas alternativas depois de maduros e experientes. A atualização é contínua.

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Mesmo quando não há mudança no procedimento em si, existem avanços significativos nas ferramentas utilizadas, o que obriga os cirurgiões a reaprenderem a fazer a operação com outros instrumentos. Seria como confiscar pincéis de pintores e substituí-los por giz de cera.

Estes três aspectos, puramente técnicos, exigem aprendizado e treinamento constante. Nenhum paciente aceitaria que um cirurgião executasse um procedimento que não tivesse sido exaustivamente padronizado, mesmo que essa fosse a primeira vez que ele estivesse sendo executado com um método diferente ou com uma nova ferramenta.

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A formação em cirurgia não para, e aqueles que ignorarem esse fato oferecerão tratamentos ultrapassados aos pacientes.

Essa necessidade exige, por sua vez, ambientes de treinamento médico em contexto realístico, com peças anatômicas, tecnologia embarcada e supervisão altamente especializada com cirurgiões experientes, permitindo que outros adquiram conhecimentos e habilidades de forma segura e consistente. Todas as dificuldades e potenciais complicações podem ser experimentadas e praticadas ali, sem risco ao paciente no mundo real.

O aperfeiçoamento em peças anatômicas é caro e, pelo fato de serem originadas de cadáveres, não há sangramento como na vida real. Embora as formas de preservação tenham melhorado as características e consistência dos tecidos, ainda não há como reproduzir o ato cirúrgico “para valer”.

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Por isso, essa forma de treinamento persiste como a melhor estratégia para a formação de cirurgiões. São Paulo acaba de obter importante conquista nessa área, com a inauguração de um centro de treinamento cirúrgico avançado em peças anatômicas. A unidade vai suprir a carência do mercado brasileiro e latino-americano e oferecer aulas teóricas e práticas, ministradas por importantes nomes da comunidade médica e científica do país.

O espaço também servirá para apoiar a formação cirúrgica de alunos de medicina e residentes, além de outros profissionais de saúde que participam desses processos e eventos.

Da próxima vez que você for escolher um cirurgião, não seria bom saber se ele aprendeu uma técnica mais atual e é capaz de executá-la de forma padronizada e com ferramentas mais modernas e apropriadas? Não há caminho mais eficiente para promover qualidade e segurança aos futuros pacientes que o amplo investimento na educação e na especialização dos profissionais que irão atendê-los.

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* Rodrigo Oliva Perez é cirurgião do aparelho digestivo e coordenador do Núcleo de Coloproctologia e Intestinos do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); Carolina da Costa é diretora-executiva de Educação, Pesquisa, Inovação e Saúde Digital do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

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