Dia das Mães: Assine por apenas 5,99/mês
Imagem Blog

Letra de Médico

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil

Quando o colágeno diz adeus à nossa pele

Após os 20 anos de idade, uma pessoa perde 1% de colágeno por ano; isso piora, entre as mulheres, nos primeiros 5 anos da menopausa: sobe para 30%

Por Adilson Costa
Atualizado em 17 Maio 2021, 13h50 - Publicado em 17 Maio 2021, 13h48

Nossa pele produz, mas, também, perde muito colágeno com os anos. Saiba um pouco como isso acontece e como fazer para amenizar esse processo.

Existe uma célula em nosso corpo, o fibroblasto, que deveria ser nossa BFF (sigla para o termo inglês “best friend forever”, ou seja, melhor amigo eternamente). Encontrados em quase todos os órgãos de nosso corpo, os fibroblastos produzem um material nobre para a saúde dos órgãos e tecidos: o colágeno.

Células muito espertas, os fibroblastos sabem trabalhar na medida certa, dando flexibilidade e consistência aos órgãos. Se trabalhassem demais, causariam fibrose, o que acontece em algumas doenças, como é o caso da esclerodermia, na pele, e as fibroses cardíaca, hepática e renal, respectivamente, no coração, fígado e rim. Contudo, isso é a exceção, motivo pelo qual os fibroblastos ainda são grandes aliados do bom-funcionar dos órgãos.

Por serem células populosas na pele, os fibroblastos produzem muito colágeno, e o colágeno representa 77% do peso seco da pele. Exatamente, 77% das estruturas da nossa pele é colágeno! Aleluia!!!! Mas, isso não é para sempre, para a nossa tristeza, pobres humanos, leitores desse artigo…

Da mesma forma que os fibroblastos produzem o colágeno, eles o degradam, mantendo o que nós chamamos de “homeostase” cutânea, ou seja, funcionamento equilibrado da pele. Os fibroblastos destroem o colágeno através da produção de enzimas, as metaloproteinases. Graças a essas enzimas, os fibroblastos produzem colágeno continuamente, gerando um ciclo vicioso de reposição de colágeno novo, a chamada neocolagênese.

Continua após a publicidade

Porém, os fibroblastos também cansam. Com o passar dos anos, os fibroblastos reduzem de tamanho, produzindo mais metaloproteinases que colágeno, fazendo com que o balanço jovial da pele se torne negativo: produz-se menos, mas se degrada mais colágeno. Esse é um dos componentes do chamado envelhecimento intrínseco, que chega para todos, variando entre as pessoas por causa das condições genéticas individual e familiar.

Naturalmente, após os 20 anos de idade, uma pessoa perde 1% de colágeno por ano; isso piora, entre as mulheres, nos primeiros 5 anos da menopausa: sobe para 30%. Para se ter uma ideia, ao se comparar pele obtida de área fotoprotegida de pessoas maiores que 80 anos e as entre 18 e 29 anos de idade, em média, as pessoas de idade maior têm 68% a menos de colágeno, 30% menos fibroblastos e 75% menos produção de colágeno que o grupo mais jovem.

O envelhecimento intrínseco, entretanto, pode ser potencializado quando é somado a hábitos diários descontrolados, por exposição a fatores ambientais maléficos, desencadeando o chamado envelhecimento extrínseco. Pessoas que têm hábitos alimentares exagerados, como alimentação copiosa (principalmente, à base de carboidratos refinados, como farinha branca e açúcar), usufruem de poucas horas de sono, estão expostas à poluição, fumam e, mais o mais cruel, exageram da exposição solar (fotoenvelhecimento), o envelhecimento extrínseco se torna implacável.

Continua após a publicidade

Bom, vamos tornar as notícias ruins desse artigo um pouco mais assustadoras… Por exemplo, a pele de fumantes, geralmente, envelhece 2,57 vezes a mais que a de não-fumantes; os danos solares são responsáveis por 90% dos sinais do envelhecimento cutâneo. Agora, imaginem todos esses fatores juntos e misturados… Para isso, tomar contar da nossa pele durante TODOS os anos de vida é fundamental, por exemplo, passar filtro solar diariamente (mesmo em dias nublados, chuvosos e de inverno), preferencialmente, com FPS alto (FPS35 para mais); ter hábitos de vida saudáveis, controlando a ingestão alimentar; diminuir a exposição solar; não fumar e ter boas horas de sono.

Contudo, se, mesmo assim, uma ajuda extra é necessária, a dermatologia estética dispõe de excelentes adjuvantes terapêuticos para auxiliar a reverter os sinais do envelhecimento da pele, como cremes à base de ácido retinoico ou alfa-hidróxi ácidos, peelings, toxina botulínica, preenchimentos dérmicos, substâncias injetáveis para formação de novo colágeno, lasers, ultrassom microfocado… A lista é longa… Mas, sem dúvida alguma, sem cuidados e controles diários, como em um processo de re-educação alimentar para perda de peso, a coisa fica mais difícil.

Fica a dica e até a próxima!

Letra de médico Adilson Costa
(Ricardo Matsukawa/VEJA)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.