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Quando cada minuto vale um futuro: o que é a asfixia perinatal?

Até dois em cada dez bebês podem precisar de auxílio para respirar logo após nascer; 'Minuto de Ouro' é crucial para evitar complicações

Por Gabriel Variane*
23 set 2025, 08h00

O nascimento de uma criança é a maior celebração da vida e, ao mesmo tempo, um dos instantes mais sensíveis e decisivos que podemos presenciar. Entre os riscos mais graves nesse período está a asfixia perinatal, quando o bebê sofre falta de oxigênio durante ou logo após o parto. Trata-se de uma das principais causas de morte e de sequelas neurológicas graves na infância. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 23% dos óbitos neonatais no mundo são ligados à asfixia.

No Brasil, estima-se que 20 a 30 mil recém-nascidos todos os anos enfrentam as consequências da privação de oxigênio. As estatísticas se transformam em histórias de famílias que passam a conviver com limitações motoras, cognitivas ou sensoriais, como a paralisia cerebral. O impacto social e econômico é profundo: há a necessidade de reabilitação prolongada com suporte multidisciplinar para o bebê e sua família.

Nesse contexto nasceu o Setembro Verde Esperança, campanha nacional que conscientiza sobre a importância da prevenção, do diagnóstico rápido e do acesso às terapias de proteção cerebral. A mensagem é clara: cada minuto conta, e cada ação pode mudar o futuro de uma criança.

A prevenção começa cedo, com pré-natal adequado, identificação de riscos e assistência qualificada ao parto. Até dois em cada dez bebês podem precisar de auxílio para respirar logo após nascer. Por isso, a presença de profissionais treinados em reanimação neonatal, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, é decisiva no chamado “Minuto de Ouro”, quando garantir oxigênio pode significar a diferença entre uma vida saudável e sequelas permanentes.

Quando a asfixia acontece, é preciso agir com velocidade e precisão. Ações específicas na UTI, como a hipotermia terapêutica, revolucionaram a neonatologia ao mostrar que reduzir a temperatura corporal por 72 horas pode limitar a lesão cerebral. O tratamento deve ser associado a monitoramento contínuo, em que a eletroencefalografia permite identificar crises epilépticas que, em mais de 80% dos casos, não apresentam sinais visíveis. Detectar e tratar essas complicações silenciosas evita danos adicionais e preserva a saúde neonatal.

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Após a alta, o cuidado não termina. Instituições de reabilitação como a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) mostram a importância do acompanhamento multiprofissional para oferecer às crianças melhores oportunidades de desenvolvimento, reforçando a necessidade de prevenção e intervenção precoces.

A tecnologia amplia ainda mais esse horizonte. Monitoramento remoto, inteligência artificial e telessaúde permitem levar especialistas e diagnósticos avançados a locais sem acesso. Essa democratização dos cuidados representa não só a redução de desigualdades, mas também economia para o sistema de saúde.

Investir na prevenção da asfixia perinatal e na proteção do cérebro dos recém-nascidos é investir no futuro. Cada bebê que cresce saudável representa não apenas uma vida preservada, mas uma sociedade fortalecida, inclusiva e capaz de prosperar!

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*Gabriel Variane é médico neonatologista, fundador do Instituto Salvando Futuros, diretor médico da UTI Neonatal Neurológica da Santa Casa de São Paulo, membro do Grupo Executivo do Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria e presidente da Newborn Brain Society

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