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Psoríase: doença na pele pode ser a ponta do iceberg

Condição pode aumentar risco para doença cardiovascular, artrite, obesidade e problemas renais crônicos, alerta especialista

Por Daniel Cassiano*
1 abr 2025, 16h00

Conhecida como uma doença de pele, a psoríase pode afetar, na verdade, muito mais do que o tecido cutâneo, indo além da superfície e atingindo outros órgãos.

A doença psoriática é relacionada a uma série de manifestações, como doença cardiovascular, síndrome metabólica, obesidade, pressão alta, colesterol alto, resistência à insulina, impactos na saúde mental, incluindo depressão e ansiedade, doença inflamatória intestinal, doença renal crônica e até doença hepática gordurosa não alcoólica.

Ainda não é totalmente compreendido como esse risco elevado acontece para cada comorbidade, mas a principal hipótese é a de que a inflamação sistêmica tem um papel importante no desencadeamento ou contribuição para o desenvolvimento dessas condições.

É equivocada a percepção de que a psoríase é “apenas uma doença da pele”. Na realidade, ela é causada por um sistema imunológico excessivamente ativo, que pode atacar muitas áreas do corpo.

Os principais sinais e sintomas da psoríase incluem lesões cutâneas, descamação, crostas e vermelhidão. A doença se manifesta por um processo inflamatório em que as células imunes inflamam células conhecidas como queratinócitos.

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Em resposta a essa agressão, essas células começam a se proliferar rapidamente, sem que ocorra a descamação natural da pele, resultando na formação de crostas. A inflamação é perceptível devido à dilatação dos vasos sanguíneos, o que leva ao surgimento de manchas avermelhadas.

As lesões geralmente aparecem em regiões próximas às articulações, como cotovelos e joelhos, mas podem afetar outras partes do corpo. Em cerca de 20% dos casos, a psoríase está associada à artrite psoriática, uma condição que pode provocar inchaço e deformidade nas articulações quando a inflamação se torna crônica.

Algumas pessoas que desenvolvem artrite psoriática também costumam apresentar fibromialgia, caracterizada por dor muscular, rigidez articular e fadiga.

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Na psoríase, quando as células imunes inflamatórias e os fatores que elas liberam são produzidos em excesso, eles se espalham pelo corpo na corrente sanguínea, causando inflamação extensa e atacando lugares que não deveriam.

Isso também inflama os vasos por todo o corpo; e o vaso inflamado tem maior chance de desencadear uma trombose. Esse é um fator de risco pra infarto e AVC isquêmico.

A cascata de inflamação também é relacionada à síndrome metabólica, com um quadro de resistência à insulina, quando o corpo é menos capaz de mover glicose do sangue para as células, o caminho para o diabetes.

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Tratar a doença psoriática é fundamental para evitar e controlar comorbidades. Tratamentos tópicos, sistêmicos, medicações imunobiológicas e fototerapia estão no rol de estratégias para melhorar o quadro da doença de pele e suas comorbidades.

A inflamação não tratada é perigosa, independentemente da gravidade da doença. O dermatologista deve examinar a pele do paciente com psoríase pelo menos uma vez por ano e fazer um acompanhamento com exames clínicos e laboratoriais para rastrear e tratar comorbidades.

Manter bons hábitos de vida também é recomendável. A psoríase não tem cura, mas é possível controlar os sintomas em relação à manifestação clínica e melhorar a qualidade de vida de uma forma geral.

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* Daniel Cassiano é dermatologista e diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo, preceptor do Ambulatório de Cosmiatria da Unifesp e professor do Centro Universitário São Camilo

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