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Pré-hipertensão? Entenda a nova diretriz sobre pressão arterial

Em estágio recém-estabelecido, é possível restabelecer os índices normais; indicador de pressão alta segue o mesmo: de 14 por 9

Por Renato de Ávila Kfouri*
3 dez 2024, 08h00

O índice para considerar que alguém tem pressão alta segue o mesmo: de 14 por 9. A proposta atual dos cardiologistas é considerar o nível de 12 por 8 como pré-hipertensão, ou seja, um estágio onde é possível, com mudanças de hábito, restabelecer os índices normais. Os novos índices foram apresentados pela Sociedade Europeia de Cardiologia, em seu congresso anual, realizado no início de outubro. A nova diretriz aponta que a pressão máxima ideal deveria ser de 12 por 7.

Foram propostos três níveis: não elevada (até 12 por 7); elevada (de 12 por 8 até 14 por 9); e hipertensão (acima de 14 por 9). Os aparelhos medidores registram a pressão máxima (sistólica), quando o coração se contrai e bombeia o sangue, e a mínima (diastólica), quando o órgão se dilata para receber o sangue. Quanto maior a pressão diastólica, mais rápido o coração está operando sem relaxar o suficiente para se encher.

As mudanças das diretrizes são importantes para alertar a população sobre a necessidade de cuidar da saúde cardíaca.  Os dados que indicam que uma pressão de 12 por 7 é mais segura para a saúde cardiovascular a longo prazo. Isso ocorre porque os riscos cardiovasculares começam a subir a partir de pressões mais baixas do que antes se acreditava.

Estudos sugerem que, quanto mais baixa a pressão arterial (dentro de limites saudáveis), menor o risco de doenças como infartos, derrames e insuficiência cardíaca.

Muitos dos fatores de risco da pressão alta ou elevada podem ser gerenciados por meio de tratamento medicamentoso e mudanças no estilo de vida, como a prática regular de atividade física, alimentação saudável, boa qualidade de sono e equilíbrio emocional. A individualização dos cuidados deve sempre ser orientada pelo médico responsável.

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Na maioria das vezes a hipertensão é uma doença silenciosa e os pacientes não sabem que devem fazer as mudanças porque a pressão elevada não apresenta sintomas. É comum que as pessoas só descubram a hipertensão quando têm um infarto. Por isso, é importante, especialmente para quem tem histórias de problemas cardíacos na família, começar a fazer check-ups regulares, ao menos anuais, a partir dos 30 anos.

A pré-hipertensão pode causar impactos na saúde da população a longo prazo. A médio prazo, ela começa a comprometer os vasos sanguíneos e o funcionamento dos rins. A longo prazo, leva ao quadro de hipertensão. Ao saber que se está em uma situação desta, portanto, o paciente recebe um alerta para monitorar com mais frequência a pressão e tem oportunidade de adotar ou intensificar mudanças efetivas em seu estilo de vida.

Por outro lado, o diagnóstico da pressão baixa, ou hipotensão, acontece quando a pressão arterial está abaixo dos valores considerados normais, geralmente menores que 90/60 mmHg. Embora algumas pessoas possam ter pressão naturalmente baixa sem apresentar sintomas, quando a pressão cai de forma acentuada ou repentina, o corpo pode ter dificuldade em manter a circulação adequada de sangue para os órgãos e tecidos, levando a sintomas como tontura, desmaios, visão turva, fadiga, cansaço, palidez, suor frio e confusão mental.

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Como a hipertensão é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte nas Américas, conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a prevenção da condição é essencial.

Além disso, as novas diretrizes sugerem a recomendação cada vez maior de tomada de medidas da pressão arterial fora dos consultórios, com frequência, que acrescentam importantes informações sobre o diagnóstico e acompanhamento do tratamento.

* Renato de Ávila Kfouri é médico pediatra infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

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