Pela saúde do coração, é necessário controlar o ‘colesterol ruim’
Para pacientes com risco cardiovascular intermediário, o ideal é que nível de LDL fique abaixo de 100 mg/dL

As doenças cardiovasculares envolvem fatores de risco modificáveis que podemos controlar por meio de escolhas que favorecem a nossa saúde, mesmo assim essas enfermidades ainda são a principal causa de morte no Brasil. Mudar hábitos exige força de vontade, mas é necessário valorizarmos mais o autocuidado.
Além de controlar a pressão arterial, o diabetes, o sedentarismo, o tabagismo e a obesidade, é fundamental dar atenção a um dos vilões do coração: o colesterol LDL (colesterol ruim), responsável pela formação de placas de gordura nas artérias, a Doença Cardiovascular Aterosclerótica (DCA).
Embora o colesterol seja uma gordura essencial para o organismo, há dois tipos desta substância: o HDL (colesterol bom) e o LDL (colesterol ruim). Para pessoas com risco cardiovascular baixo, o nível de LDL abaixo de 130 mg/dL é adequado. Já para aqueles com risco cardiovascular intermediário, o ideal é que esse valor fique abaixo de 100 mg/dL.
Pacientes que já sofreram evento cardiovascular, como infarto do miocárdio ou Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi), devem manter o LDL abaixo de 50 mg/dL.
Em um estudo do qual participei, envolvendo 2 mil brasileiros que passaram por um evento cardiovascular, apenas seis estavam com os fatores de risco aproximadamente controlados. E o cenário é preocupante quando lembramos que, nos casos mais graves, as mudanças no estilo de vida são insuficientes e é necessário recorrer a medicamentos para controle dos níveis do colesterol LDL.
Por isso eu reforço: o diálogo aberto com o seu médico é fundamental para que cada pessoa possa assumir o controle da própria saúde.
*Luis Henrique Wolff Gowdak é coordenador de Gestão Assistencial da Unidade de Aterosclerose e Coronariopatia Crônica do InCor-HCFMUSP