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Já passou da hora de nos unirmos contra a violência doméstica

Em meio ao mês de conscientização sobre o tema, médica defende sensibilização de profissionais e da sociedade diante de problema que oprime mulheres

Por Fernanda Tavares*
12 ago 2024, 08h00

A violência de gênero é uma realidade alarmante em nosso país, afetando inúmeras mulheres todos os dias. Por isso, o Agosto Lilás, uma campanha de conscientização, surge como um marco fundamental na defesa dos direitos humanos, ressaltando a importância de sensibilizar a sociedade sobre a violência doméstica e a urgência de tomar medidas eficazes para combatê-la.

É preciso educar a população sobre os diversos tipos de violência – física, verbal, financeira e psicológica – que atingem lares de norte a sul do país. E buscar dissipar o medo que silencia tantas vítimas, encorajando-as a denunciar e procurar apoio.

A divulgação do problema é essencial para instruir as pessoas sobre os sinais de abuso e os recursos disponíveis, criando um ambiente acolhedor no qual as vítimas se sintam seguras para se expressar.

Figuras públicas desempenham um papel significativo nessa sensibilização. Ao abordarem o assunto publicamente, ajudam a amplificar a mensagem da campanha e alcançar um público mais vasto. O respaldo e a visibilidade auxiliam na desconstrução do estigma em torno da discussão sobre violência contra mulheres, tornando o tema mais acessível para todos.

Os profissionais da área da saúde têm uma função crucial nesse cenário. Com frequência são os primeiros a identificar indícios de violência — seja por meio de lesões físicas ou sinais de sofrimento emocional.

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A capacitação adequada desses profissionais é fundamental para garantir que abordem as vítimas com sensibilidade e eficácia, oferecendo suporte e encaminhamentos apropriados. Além disso, a integração dos serviços de saúde com redes de apoio social fortalecerá a resposta às vítimas.

A violência doméstica não se restringe ao abuso físico; inclui também violência verbal, financeira e psicológica. A alienação financeira, em que o agressor controla todos os recursos monetários, é uma forma insidiosa de abuso que pode deixar as vítimas sem meios para escapar. A conscientização sobre essas diferentes formas de violência é crucial para uma compreensão completa do problema e para a implementação de soluções abrangentes.

Para uma resposta mais eficaz, é crucial que políticas públicas sólidas sejam implementadas, cobrindo proteção legal, apoio psicológico e assistência social. Campanhas educativas e programas preventivos também são essenciais para mudar atitudes culturais e reduzir a incidência de violência doméstica.

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É fundamental que a sociedade se envolva nessa luta, reconhecendo que erradicar a violência contra as mulheres é uma responsabilidade compartilhada. Isso, claro, vai além do Agosto Lilás. Somente por meio de esforços conjuntos e contínuos será possível construir um futuro em que todas as mulheres possam viver livres do medo e da violência.

* Fernanda Tavares é endocrinologista, doutora em gerontologia, professora da Universidade Católica de Brasília e autora do livro O Meio Século Chegou. E Daí? (Editora Viseu)

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