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Falta de oxigênio ao nascer: protegendo o futuro de milhares de crianças

Asfixia perinatal é uma das principais causas de óbito em bebês e de paralisia cerebral. Mas uma nova era, mais tecnológica, permite mitigar seus danos

Por Gabriel Variane*
25 set 2024, 11h53

“Quando um bebê nasce, é como se um pedacinho do céu tivesse chegado à Terra.” Essa frase captura a imensa esperança que o nascimento traz, mas também nos lembra da fragilidade desse início de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asfixia perinatal, que ocorre quando o bebê sofre privação de oxigênio durante ou logo após o parto, é a terceira maior causa de morte neonatal no mundo, responsável por 23% dos óbitos nessa fase.

Além do impacto social, a condição gera um peso econômico significativo, uma vez que os bebês afetados requerem cuidados médicos prolongados, terapias de reabilitação e suporte educacional e social. No Brasil, estima-se que entre 20 e 30 mil crianças nasçam anualmente com asfixia perinatal e algum acometimento neurológico, enfrentando riscos elevados de óbito ou de sequelas neurológicas graves, como paralisia cerebral, cegueira, surdez e dificuldades de aprendizado.

A campanha Setembro Verde Esperança surge como uma resposta a essa realidade, mobilizando a sociedade para um problema que afeta não só a saúde e o desenvolvimento das crianças, mas também o bem-estar das famílias e a economia do país. Sua principal mensagem é a de que é possível proteger o destino de milhares de bebês.

As estratégias de prevenção começam com um pré-natal adequado e o monitoramento rigoroso do bem-estar fetal. Estima-se que dois a cada dez recém-nascidos não choram ao nascer e podem precisar de ajuda para respirar. A presença de UM profissional capacitado em reanimação neonatal na sala de parto é essencial para garantir que o bebê receba oxigenação adequada no primeiro minuto vida – o precioso “Minuto de Ouro”.

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Quando o bebê precisa de cuidados intensivos, intervenções como a hipotermia terapêutica e o monitoramento cerebral contínuo têm se mostrado eficazes na minimização de danos cerebrais. Após a alta, o acompanhamento e a reabilitação contínua são essenciais para que esses bebês possam atingir seu potencial pleno.

A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), referência nacional em reabilitação, calcula que 45% dos pacientes acompanhados na instituição são por paralisia cerebral e podem ter alguma relação com asfixia perinatal.

A tecnologia também está moldando um novo caminho na neonatologia. Estratégias de saúde digital, como o monitoramento remoto e a inteligência artificial, permitem identificar riscos precocemente e realizar intervenções mais rápidas e precisas. Além disso, a telesaúde amplia o acesso a especialistas, levando cuidados de qualidade a áreas remotas com redução do custo estrutural, democratizando o atendimento.

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Prevenir sequelas neurológicas não é apenas uma questão de impactar vidas, mas também de gerar uma economia significativa para o sistema de saúde, reduzindo a necessidade de acompanhamento multidisciplinar, intervenções cirúrgicas e reinternações em UTI. Mais do que isso, garantir que essas crianças tenham um desenvolvimento saudável é investir em uma sociedade mais forte, onde cada criança pode crescer e realizar seu potencial, contribuindo para um futuro próspero e sustentável.

* Gabriel Variane é médico neonatologista, fundador do Instituto Protegendo Cérebros Salvando Futuros, diretor médico da UTI Neonatal Neurológica da Santa Casa de São Paulo, membro do Grupo Executivo do Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria e presidente eleito da Newborn Brain Society

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