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Em breve, HIV poderá ser tratado sem a necessidade de comprimidos diários

Hoje, tratamento do vírus já pode ser feito com poucos comprimidos e quase sem nenhum efeito colateral

Por Marli Sasaki*
Atualizado em 30 jun 2025, 11h31 - Publicado em 28 jun 2025, 08h00

A evolução do tratamento contra o HIV tornou a infecção uma doença crônica e controlável, proporcionando mais tranquilidade àqueles que vivem com o vírus, caso realize acompanhamento médico adequado. Atualmente, o protocolo para tratar a infecção é feito com poucos comprimidos. Também está em fase de pesquisa no exterior e no Brasil protocolos que promovem a cura funcional do HIV, permitindo o uso de antirretrovirais em intervalos mais espaçados.

A infecção por HIV, sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, já causou mortes e muito terror na população. Nas décadas de 1980, 1990 e início dos anos 2000, o próprio tratamento do quadro era difícil. Para controlar o problema, a medicação indicada e de fácil acesso era a zidovudina, conhecido popularmente pela sigla AZT. Hoje, essa medicação é pouco indicada, porque causa efeitos adversos como mudança na distribuição de gordura do corpo e a falta de ferro no sangue.

A boa notícia é que, hoje, o cenário atual do tratamento contra o HIV é outro. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa estão disponíveis injeções que controlam a infecção. A lenacapavir é aplicada a cada seis meses em caso de paciente multirresistentes a drogas para controle do vírus. Já a medicação injetável cabotegravir e rilpivirine tem periodicidade de 60 dias e sua indicação é para indivíduos com carga viral indetectável para HIV. As novidades ainda não estão disponíveis no Brasil, mas demonstram a evolução do tratamento de um problema de saúde que era tido como sentença de morte.

Por aqui, a terapêutica contra o vírus da imunodeficiência humana é uma das mais eficazes e de fácil acesso. Pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas ou desconfiam de que tenham se exposto de qualquer modo ao vírus podem procurar por atendimento de saúde para realizar o teste HIV e o tratamento com Profilaxia Pós-Exposição (PEP). O Estado de São Paulo, por exemplo, conta com 5 198 unidades de saúde públicas em que a testagem é feita. Os endereços estão no site Centro de Referência e Treinamento de DST/ Aids – SP, na página “Fique Sabendo.”

Outro aspecto importante das mudanças relacionadas ao HIV é o próprio comportamento do paciente. No início da minha carreira, em 2004, as pessoas infectadas com o vírus chegavam ao consultório assustadas. Hoje, a história é outra, porque são mais bem informadas, participativas e ativas em seu tratamento. Elas querem saber se podem ingerir a medicação com a proteína do seu treino de musculação ou se param de transmitir o vírus com carga viral HIV indetectável.

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Apesar dos avanços, ainda é comum pacientes em estado de negação quanto à infecção. Eles desconfiam do quadro, mas por medo e vergonha, deixam de procurar por acompanhamento médico e se expõe a riscos que poderiam ser evitados pelo diagnóstico e início do tratamento precoce. É importante destacar que os sintomas da presença do vírus no organismo podem demorar até dez anos para se manifestar.

A infecção por HIV pode ser evitada pelo uso de preservativo nas relações sexuais, além de outras medidas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao vírus, que formam algumas das estratégias de prevenção combinada. Os medicamentos estão disponíveis gratuitamente na rede estadual de saúde de São Paulo e de todo o país.

É importante reforçar que a infecção pode ser encarada como uma doença crônica. Se o tratamento for feito adequadamente com medicação, acompanhamento médico e realização periódica de exames, os efeitos colaterais são poucos e raros. Além disso, pacientes com a infecção controlada não transmitem a infecção, o que proporciona mais segurança e tranquilidade ao emocional e ao social da pessoa que vive com vírus. Por isso, lembre-se: use preservativo, teste-se com frequência e, na dúvida, procure pelo serviço de saúde mais próximo de você.

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*Dra. Marli Sasaki é médica infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) há 20 anos. A especialista também faz parte do Centro de Referência e Treinamento DST/ Aids – SP.

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