Controlar o colesterol é peça-chave para um envelhecimento saudável
No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, médico esclarece papel dos níveis de gordura circulantes na saúde cardíaca e na longevidade
As doenças cardiovasculares – notadamente infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) – constituem a principal causa de morte no Brasil e em diversos países do mundo. Vários fatores colaboram para esse desfecho, mas sabidamente um dos principais relacionados reside nos níveis elevados de colesterol, sobretudo o LDL, popularmente conhecido como “colesterol ruim”.
Dados epidemiológicos indicam que níveis elevados de LDL colesterol são frequentes na nossa população, com maior impacto justamente nas pessoas mais idosas. Considerando a modificação da pirâmide etária brasileira nas últimas décadas, pode-se afirmar que a questão do colesterol elevado é um dos nossos principais problemas de saúde pública na atualidade.
Por outro lado, quando em conjunto com outras patologias, como hipertensão arterial, excesso de peso e diabetes, o risco relacionado ao colesterol elevado torna-se ainda maior. Dessa forma, as principais sociedades médicas atualmente preconizam a avaliação rotineira dos níveis de colesterol e suas frações (LDL-c, HDL-c…) como forma de prevenir eventos cardiovasculares.
É importante frisar que a adequada decisão terapêutica deve envolver não apenas a medida do exame laboratorial, mas também a avaliação de risco realizada por um profissional competente. Como endocrinologistas, lidamos com esse situação no cotidiano e, por isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) tem buscado, cada vez mais, ampliar o conhecimento da população sobre a importância do bom cuidado com o colesterol.
Neste Dia Nacional de Combate ao Colesterol, queremos reforçar a importância da informação científica de qualidade para toda a população, com a missão de conscientizá-la sobre a importância do controle do colesterol para o envelhecimento saudável e a preservação da qualidade de vida.
O controle do colesterol pode ser efetuado através de medidas não farmacológicas, ou seja, com ajustes na alimentação e atividades físicas, mas, em muitos casos, também será necessário o uso de medicações. A adesão ao tratamento é essencial quando pensamos em um horizonte de tempo de longo prazo.
Não é possível evitar o envelhecimento, mas podemos chegar a idades mais avançadas com saúde. Para conseguir isso, é vital realizar avaliações médicas periódicas, sendo que o manejo do colesterol é uma da peças-chave para prevenir problemas graves e ampliar a longevidade.
* Joaquim Custódio da Silva Júnior é endocrinologista e presidente do Departamento de Dislipidemias e Aterosclerose da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia