Cistites: o que as mulheres devem saber
Cerca de 35% das mulheres apresentam, em algum momento da vida, infecções agudas de bexiga conhecidas como cistites e dois terços voltarão a sofrer novas crises depois do primeiro surto. Esses quadros são causados por bactérias intestinais que se multiplicam na vagina, não são transmitidas sexualmente, mas surgem frequentemente após relações sexuais. O quadro clínico […]

Cerca de 35% das mulheres apresentam, em algum momento da vida, infecções agudas de bexiga conhecidas como cistites e dois terços voltarão a sofrer novas crises depois do primeiro surto. Esses quadros são causados por bactérias intestinais que se multiplicam na vagina, não são transmitidas sexualmente, mas surgem frequentemente após relações sexuais.
O quadro clínico caracteriza-se por intenso ardor à micção, vontade incessante de urinar e, ocasionalmente, presença de sangue na urina. Algumas vezes essas manifestações associam-se à febre e calafrios, o que indica que os rins foram atingidos pela infecção e exigem uma atenção médica imediata.
Felizmente, conceitos recentes atenuaram o padecimento dessas mulheres. As cistites agudas são erradicadas com tratamentos em dose única de antibacterianos (fosfomicina-trometamol) ou por um dia (duas doses de norfloxacina). Quando as infecções surgem com maior frequência (três ou mais crises por ano), a propensão é atenuada com a administração preventiva de doses reduzidas (1/3 ou 1/4) de sulfatrimetoprim, nitrofurantoína ou cefalexina, fornecidas uma vez ao dia ou mesmo três vezes por semana e mantidas por seis a doze meses
Quando as crises de cistite se relacionam com atividade sexual, a dose preventiva pode ser ingerida apenas após cada relação. Essa estratégia reduz em cinco vezes o risco de crises agudas de cistite. Outras medidas auxiliam essas mulheres: 1) tratar qualquer infecção vaginal; 2) urinar com frequência; 3) urinar após cada relação sexual, e não antes; 4) nesses momentos, lubrificar a vagina artificialmente quando isto não ocorrer fisiologicamente (o que pode ser feito com óleo Johnson para bebê ou com gel lubrificante vaginal K-Y); 5) evitar, com bom-senso, medicações espermicidas e diafragma anticonceptivo, que aumentam os riscos de cistites.
Para a alegria das mulheres que se incomodam com o uso de medicações, algumas medidas mais naturais foram propostas para combater ou evitar cistites agudas, incluindo cremes para aplicação vaginal, acupuntura e suco de cranberry. Solidário, mas desapontado, informo que os estudos científicos mais consistentes não demonstraram resultados positivos ou duradouros com essas alternativas.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, fisiologista
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista