Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Letra de Médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil
Continua após publicidade

Avanços no tratamento da esclerose múltipla contemplam inclusive cannabis

Neurologista ressalta importância de uma abordagem personalizada diante da doença e capaz de melhorar sua evolução e sintomas que atrapalham a rotina

Por Douglas Sato*
11 jul 2023, 11h54

Apesar de ser considerada uma das desordens neurológicas mais comuns em adultos jovens no mundo, em especial mulheres de 20 a 40 anos, a esclerose múltipla ainda é pouco conhecida pela população. No Brasil, segundo a ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla), estima-se que existam cerca de 40 mil pessoas vivendo com a enfermidade, enquanto, no mundo, tenhamos mais de 2,8 milhões de casos.

Estamos falando de uma doença autoimune, crônica e inflamatória, que tem como característica o ataque do sistema imunológico à bainha de mielina, uma capa das células nervosas extremamente importante para a condução dos impulsos.

A inflamação compromete diversos sistemas funcionais, tais como visão, sensibilidade, coordenação e/ou força motora, ocasionando uma espécie de falha na comunicação entre o cérebro e o restante do corpo.

Além da sensação de fadiga, alterações de visão (dupla ou borrada), dificuldade no controle da bexiga e intestino, os pacientes podem apresentar distúrbios motores que resultam na dificuldade para andar, falta de equilíbrio e coordenação, formigamentos, rigidez muscular, entre outras manifestações. Em alguns casos, podem ocorrer quadros de perda de memória e depressão.

Mas como diagnosticar essa doença? Ainda não há um marcador específico identificado por exames para essa enfermidade. Por isso, para detectá-la, recomenda-se a realização de exames de imagem, como a ressonância magnética. Em alguns casos, realizamos a punção lombar para a coleta do líquor.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: Os principais desafios de quem vive com esclerose múltipla

Sabe-se que a esclerose múltipla envolve várias causas, como fatores genéticos e ambientais, e até mesmo infecções virais, tabagismo, obesidade, entre outras condições. Apesar de ser uma doença ainda sem cura, já existe uma série de medicamentos (de imunomoduladores a anticorpos monoclonais) que auxiliam no melhor manejo das consequências no organismo.

Um deles traz em sua composição o CBD e THC, substâncias encontradas na planta da Cannabis sativa, e tem se mostrado eficaz no controle da espasticidade, condição frequente em 80% dos casos de esclerose múltipla. Pacientes com espasticidade costumam relatar sensação de rigidez nos músculos, o que dificulta a movimentação e o dia a dia.

Além de reduzir a rigidez e a falta de mobilidade provocadas pela espasticidade, a terapia baseada na cannabis pode reduzir a dor, proporcionando melhorias na qualidade de vida.

Continua após a publicidade

É importante entender que cada paciente exige um tratamento individualizado e o apoio de uma equipe multidisciplinar, de acordo com as suas necessidades. Quanto antes a esclerose múltipla for diagnosticada e tratada, maior a chance de reduzir a incapacidade permanente imposta aos pacientes. Felizmente, o arsenal terapêutico à nossa disposição está em crescimento.

* Douglas Sato é neurologista e professor titular da Escola de Medicina Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.