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Asma: doença não é sazonal e pode ser grave

No Dia Mundial de Combate à Asma, especialista desmistifica impressões que ainda circulam por aí

Por Angela Honda*
6 Maio 2025, 07h12

A asma é uma das doenças de maior incidência e recorrência no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, 23,2% da população brasileira vive com o problema respiratório.

O mais preocupante é a falta de controle da doença no país e isso se reflete no subdiagnóstico e na baixa adesão ao tratamento por parte dos pacientes. Um inquérito realizado recentemente no Brasil mostrou que apenas 12,3% dos asmáticos estão com a doença controlada e apenas 32% aderem ao tratamento.

A cena é cotidiana: o paciente chega com tosse, peito chiando e falta de ar recorrente. Ele está com uma crise de asma, mas é diagnosticado, por exemplo, com bronquite. A crise é controlada e ele volta para casa com prescrição de medicação de alívio, geralmente um broncodilatador, e de uso de corticoide oral por cinco dias.

No entanto, esse paciente não é encaminhado a um especialista para acompanhamento e tratamento contínuos. Provavelmente, logo se acostumará com os sintomas e passará a resolvê-los com idas recorrentes ao pronto atendimento, sem conseguir tratar a causa.

Costumo presenciar colegas e alunos impressionados quando comparo a asma à hipertensão arterial. Mas faz sentido se pensarmos que, quando uma pessoa chega à emergência com crise de pressão alta, depois de tê-la controlada, é encaminhada a um especialista para acompanhamento crônico, mas apesar da asma ser uma doença crônica, o mesmo não acontece, porque a crise de asma é recebida e controlada como uma doença aguda e não crônica.

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Além do impacto social, a asma também custa para o sistema de saúde. Para se ter uma ideia, só em 2021, 1,3 milhão de pacientes foram atendidos na Atenção Primária à Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse número corresponde a um aumento de 18% em relação a 2020.

O desafio do controle da asma é também do ser humano: o nosso corpo acaba se adaptando àquilo que a gente impõe para ele. Então, infelizmente, o paciente asmático passa até mesmo a se condicionar a viver com restrições achando que respirar mal é normal. Só que hoje, a asma não é mais uma doença que impõe restrições, porque há tratamentos para isso, mesmo para os estágios mais graves.

Vale lembrar que a causa da asma é uma inflamação. Afinal, é uma doença inflamatória, crônica, que não tem cura e pode se agravar se não tratada adequadamente. A excelente notícia é que hoje temos tratamentos inovadores que controlam a doença e melhoram a qualidade de vida.

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Os remédios imunobiológicos vieram como um grande avanço para o tratamento da asma grave. Porém, a maioria dos pacientes – cerca de 90% – que são pessoas com asma leve a moderada, ainda precisam de diagnóstico e tratamento adequado.

Tivemos um grande salto no conhecimento e tratamento da asma. Inicialmente o conceito da doença era somente de constrição e, por isso, o tratamento era feito com broncodilatadores. Com o aparecimento da inflamação de base fisiopatológica os corticoides inalatórios passaram a ser os protagonistas do tratamento, surgindo posteriormente as combinações de corticoide com broncodilatadores e, mais recentemente, os imunobiológicos para a asma grave.

É preciso falar sobre asma, não somente no inverno e em meses de conscientização, mas ao longo de todo o ano, tanto entre os profissionais de saúde – especialistas ou não – quanto entre pessoas sintomáticas e pacientes asmáticos. Há muito que saber sobre conduta de diagnóstico, sintomas, terapias e tratamentos. 

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Quanto mais conscientizarmos as pessoas sobre os benefícios e a importância do diagnóstico correto, acesso e adesão ao tratamento (temos medicamentos gratuitamente no sistema público e privado), mais controle e menos crises de asma os pacientes terão e por consequência menor mortalidade, pois, independentemente do nível de gravidade da asma, um paciente pode ter uma crise grave com risco de morte, se não estiver bem tratado e orientado.

* Angela Honda é pneumologista, diretora executiva, líder de programas educacionais da Fundação ProAR e médica voluntária na Reabilitação Pulmonar da Unifesp 

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