A era do vazio: por que tanta gente quer retirar o preenchimento facial?
Procedimento estético virou moda desenfreada em clínicas e nas redes sociais. Com os resultados artificiais, agora é hora de esvaziar os contornos do rosto
É muito provável que você conheça alguém que se aventurou no uso de preenchimentos faciais à base de ácido hialurônico. De fato, eles viraram um curinga na estética, sendo oferecidos para tudo e a todos.
E, assim, criou-se uma legião de pessoas com idade indefinida, sem identidade, muito diferentes do que eram. Gente sem expressão, com rosto não muito humano, mas sem qualquer ruga. A moda da harmonização facial virou “demonização facial”. Chegamos ao pillow face, a cara de travesseiro.
Depois da farra da toxina botulínica, que, mal administrada, pode resultar em uma aparência “congelada” e artificial, caímos na farra dos preenchedores. Um rosto envelhecido pode ser comparado a um balão vazio: ao encher de ar, fica todo esticado e brilhante. Mas ao esvaziar fica mais enrugado do que antes, sendo necessária uma quantidade ainda maior de ar para manter o balão “desenrugado”.
O preenchimento é uma ferramenta valiosa quando bem indicada. É possível restaurar estruturas profundas como a parte óssea, repor compartimentos de gordura perdidos, melhorar a proporção das estruturas da face e até melhorar a qualidade da pele. O problema está em partir para essa saída sem verificar antes se e como há necessidade de preencher.
As reversões do preenchimento estão aumentando em uma espécie de reação à era de extravagância no uso de injetáveis. Essa corrida pelo “esvaziamento” acontece de forma progressiva. No Brasil, alguns famosos, modelos, cantores e influencers já optaram pela reversão de preenchimentos.
Usamos a hialuronidase, uma enzima injetável, cópia de uma proteína encontrada no corpo, para dissolver preenchimentos de ácido hialurônico em rostos supercheios, pastosos e distorcidos.
Além de moderar um efeito indesejado (como bochechas muito generosas) ou corrigir um erro (preenchimento migrado, irregular ou “ruim”), a enzima é essencial para gerenciar a rara emergência de preenchimento que é uma oclusão vascular.
+ LEIA TAMBÉM: Como harmonizar sem descaracterizar
O excesso de preenchimento não apenas cria uma estética estranha, mas também pode levar à obstrução do canal linfático e acúmulo de fluido, função muscular limitada (que pode causar expressões tensas) e estiramento permanente dos tecidos moles ao longo do tempo.
Diante disso, as pessoas precisam realizar os procedimentos com responsabilidade, pois não podem achar que é só fazer e desfazer depois.
O paciente procura um consultório a partir do que ele vê no espelho. Mas a indicação é sempre do médico. Não existe receita de bolo em tratamentos estéticos. As condutas são sempre individuais.
Portanto, quando a questão é de uma flacidez dérmica, é possível indicar bioestimulador injetável para melhorar a qualidade da pele reduzindo a flacidez de pele. A técnica pode ser combinada com o ultrassom microfocado, que ajuda a promover o skin tightening, que é aquele aperto da pele com o músculo, quando ela fica firme.
Por isso, o melhor conselho é escolher bem o profissional, verificando questões como certificação, conhecimento, experiência, obsessão por segurança e disposição para dizer “não”. Em seguida, adote uma mentalidade de menos é mais. E cuidado: o barato pode sair caro.
* Beatriz Lassance é cirurgiã plástica e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Cláudia Merlo é médica especialista em cosmetologia
PF deu de cara com filho de Lula ao cumprir mandado contra ex-nora do presidente
Mendonça pede informações ao governo Lula sobre indicação de mulher negra ao STF
Leandro Lima vai para hospital após ingerir gasolina em casa
Inmet emite alerta laranja para tempestades em SP e outros três estados nesta quinta, 13
Jogos de hoje, quarta, 12 de novembro: onde assistir futebol ao vivo e horários







