A era do indetectável: procedimentos estéticos agora buscam a naturalidade
O foco é em aparências renovadas, descansadas e naturalmente jovens - sem mais radicalismos -, defendem especialistas

A nova onda de estética indetectável ganha os holofotes, com celebridades que não parecem ter envelhecido, mas que também não apresentam sinais óbvios de preenchimento ou outros procedimentos estéticos.
Há uma tendência crescente de pacientes que buscam rejuvenescer sem perder a identidade. Quem se lembra dos excessos em preenchedores? O aspecto artificial que alguns procedimentos causaram no passado está completamente fora de moda.
As escolhas, agora, são mais sutis, com intervenções cirúrgicas que preservam a naturalidade do rosto e técnicas não invasivas que buscam maior efeito renovador, regenerador e transformador, nunca com excessos. As especialidades médicas de dermatologia e cirurgia plástica trabalham cada vez mais em conjunto.
Na cirurgia plástica, uma grande revolução surgiu nas técnicas que reposicionam os tecidos, em vez de apenas ‘esticar a pele’. Os procedimentos que mais têm relação com essa vertente são:
Lifting de planos profundos (Deep Plane Facelift): permitem um rejuvenescimento muito grande e natural para o rosto, pois tratam de forma pontual todas as camadas que apresentam envelhecimento, da superfície ao músculo.
Lipoenxertia: utiliza a gordura do próprio paciente para rejuvenescer. Após a lipoaspiração, a gordura é tratada e ‘colhida’ para repor volume em áreas com deficiência, além de melhorar a qualidade da pele, por ser repleta de células-tronco.
Blefaroplastia: a cirurgia das pálpebras pode ajudar retirar o excesso de pele e tratar as bolsas sob os olhos, proporcionando aparência mais leve e energizada.
Rinoplastia ultrassônica: hoje, com o avanço das técnicas cirúrgicas que causam menor trauma, é possível entregar resultados cada vez mais naturais, evitando exageros no nariz, para não alterar as características individuais do paciente ou a harmonia facial.
Já os procedimentos dermatológicos podem ser feitos para melhorar a qualidade da pele, antes ou depois das cirurgias plásticas, com ativos injetáveis e tecnologias como:
Laser: novos modelos de alta afinidade e especificidade para o colágeno e a gordura também promovem melhora do metabolismo das células com efeito regenerativo. O laser de picossegundos trata manchas e melasma, com mínimo risco de efeito colateral.
Radiofrequência: tanto as microagulhadas quanto as monopolares são interessantes para estimulação do colágeno, uma proteína de sustentação para manter a pele jovem.
Hydrafacial: a hidrodermoabrasão promove uma espécie de skincare tecnológico, melhorando a qualidade e o brilho da pele.
Bioestimuladores de colágeno: provocam inflamação muito controlada que causa maior produção de colágeno naquela região. É uma técnica muito interessante para promover sustentação da pele.
O mais importante é entender que a avaliação com um médico especialista é o ideal para o diagnóstico das necessidades e a indicação da abordagem mais adequada para cada caso.
* Paolo Rubez é cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS), da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS); Renato Soriani é dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)