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A doença confundida com Alzheimer que tem outra causa e tratamento

Expert elucida a hidrocefalia de pressão normal, quadro que pode gerar danos neurológicos e cognitivos erroneamente atribuídos a Alzheimer ou Parkinson

Por Felipe Mendes*
15 Maio 2025, 07h30

A hidrocefalia é uma condição que, quando diagnosticada corretamente, pode evitar anos de sofrimento e perda de autonomia, especialmente em idosos. Um simples excesso de líquido no cérebro, sua principal característica, pode ser confundido como Alzheimer ou Parkinson, levando a danos irreversíveis se não for identificado a tempo.

No entanto, a boa notícia é que existe tratamento eficaz e o diagnóstico correto pode transformar vidas.

O cérebro é protegido pelo líquido cefalorraquidiano, ou líquor, que circula continuamente, protegendo contra impactos, mantendo a nutrição e removendo resíduos. Quando há um desequilíbrio na sua produção, absorção ou circulação, esse líquido se acumula nas cavidades ventriculares do crânio, aumentando a pressão e afetando diversas funções cerebrais.

Os sinais de alerta variam conforme a idade. Isso porque existem classificações distintas de hidrocefalia. Em bebês, os principais indícios incluem crescimento acelerado da cabeça, irritabilidade e dificuldades na alimentação. Em adultos, os sintomas podem se manifestar como dores de cabeça persistentes, visão turva e episódios de desequilíbrio.

Já em idosos, as principais manifestações incluem alterações na marcha, incontinência urinária e falhas na memória, frequentemente confundidas com doenças neurodegenerativas. Estudos indicam que até 6% das pessoas com mais de 80 anos podem ter hidrocefalia sem saber, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador.

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Essa análise, no entanto, é relativamente simples e pode mudar vidas. Exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética são fundamentais para identificar a dilatação dos ventrículos cerebrais. Em casos suspeitos de hidrocefalia de pressão normal, uma técnica chamada tap test pode ser realizado. Esse procedimento envolve a avaliação inicial da marcha, seguida por uma punção lombar para retirada do líquor na região da coluna lombar e, posteriormente, uma nova avaliação da marcha para verificar possíveis melhorias no padrão de caminhar.

O tratamento evoluiu significativamente, oferecendo soluções minimamente invasivas. Entre as principais abordagens estão a derivação ventrículo-peritoneal, que utiliza um cateter para redirecionar o excesso de líquor para o abdome, onde é reabsorvido naturalmente, e a terceiroventriculostomia endoscópica (TVE), um procedimento minimamente invasivo que cria um novo trajeto para a circulação do líquor, eliminando a necessidade de uma válvula permanente; e as válvulas programáveis, que permitem ajustes personalizados sem a necessidade de novas cirurgias, tornando o acompanhamento mais preciso.

A hidrocefalia, quando não identificada, pode levar a anos de sofrimento e dependência. No entanto, o tratamento adequado pode proporcionar uma grande recuperação, permitindo que muitos pacientes voltem a caminhar, recuperar a memória e retomar suas atividades normais.

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Em casos de sintomas como quedas frequentes, falhas na memória ou dificuldades para urinar, é fundamental procurar um especialista. Um simples exame pode transformar vidas.

* Felipe Mendes é neurocirurgião com atuação em Minas Gerais e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia

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