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José Vicente

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Professor, advogado e militante do movimento negro, ele é o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, instituição pioneira de ensino no Brasil que ajudou a fundar em 2004.

Dia da consciência negra, dia da consciência branca.

Lembrar de Zumbi dos Palmares é um reencontro verdadeiro com o melhor de nós

Por José Vicente
19 nov 2021, 15h53

Neste dia 20, dia da Consciência Negra, os muitos mundos vão se colocar descortinados diante dos que creem e diante dos incrédulos. Para aqueles que descreem, deixou o conforto de que que as coisas são assim e não há nada que possa ser feito. Para todos os demais, fica o convite para mergulharem sem temor para dentro de uma realidade desafiadora, autoexplicativa e redentora.

Consciência como ato de conhecer e apreender a realidade verdadeira à nossa volta tem a grande capacidade de situar cada um de nós frente ao nosso pensamento e prática, frente ao nosso discurso e nossas ações, frente à nossa crença e nossas atitudes. Depois entrega a cada um de nós a informação, o diagnóstico e métrica precisa dos nós em ação e movimento.

O Zumbi dos Palmares em nós, enquanto tradução de luta, resistência, superação e transcendência permite compreender a grandeza e gloriosidade da nossa dimensão terráquea de construir, reconstruir as possibilidades que nos impeçam de cumprir e alcançar todos os ideários da expressividade humana. Gente nasceu para ser livre e realizar sua travessia rumo ao infinito.

E nada poderá deter. Não é da natureza humana. Enfrentar, combater e mudar esse caminho é a face mais grandiosa da elevação e da realização da divindade que habita cada um de nós. terra. Onde houver um obstáculo, uma limitação, o trabalho a ser feito é aquele que realiza a mudança e transformação do caminho e dos destinos que ele nos oferece.

Zumbi nasceu como herói redentor e foi transformado em rebelde e transgressor sem valor e dignidade. Um pária que precisava ser aviltado e cuja vida e trajetória devesse ser esquecida, apagada e demonizada. Ainda que no seu quilombo negros experimentassem a primeira experiência de autonomia e liberdade e as primeiras realização da igualdade no acesso e compartilhamento dos benefícios gerado pela coletividade. Ainda que negros, brancos e indígenas vivenciassem de profunda e efetiva as manifestações mais precisas do sentido de acolhimento, da solidariedade, da fraternidade humana.

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É esse mundo distinto e alternativo que nos trouxe até aqui que se coloca de forma muito mais completo, consistente e significativo como disponibilidade diante de nós. É essa possibilidade tão expressiva e de simples compreensão que se apresenta e faz um convite a todos nós. Um mundo verdadeiro e esclarecedor. Um mundo libertário e que se coloca como uma opção extraordinária; um mundo de transformação.

Para que existisse Zumbi dos Palmares em nós foi preciso que a força da sua ideia atravessasse os séculos e alcançasse a sensibilidade da nossa espiritualidade. Foi preciso que tocasse nossos sentidos e acordasse cada um do sono existencial do falseamento da realidade que nos permeia; da correção que a nossa consciência encadeia.

Hoje é dia de reflexão da correção e justeza dos caminhos. Hoje é dia de consciência negra, consciência branca, hoje é dia de consciência de todas as cores. Hoje é dia de Zumbi dos Palmares em cada um de nós. O herói de todos que recuperamos da marginalidade e que nomeia nossas ruas e praças, que celebramos em grandeza o aniversário da sua morte. É pouco, é certo. Mas é um reencontro verdadeiro com o melhor de nós. Aquela nossa parte que não transige, que não se ilude e que não faz nenhuma concessão a humanidade que é nosso sentido e essência: Autônomos, livres e iguais.

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