“Algo deu errado na sua estratégia, general – não como general, mas como ministro. Estamos numa guerra civil não declarada contra um vírus mortal. O Ministério da Saúde sob o seu comando nos deixou nesta guerra em campo aberto – nós sabemos que, por estratégia militar, nós não vamos a uma guerra em campo aberto –, sem armas, ministro, porque não temos vacina. E, com isso, todos nós vestimos uma camiseta com o alvo bem no nosso peito ou no nosso pulmão. Nós viramos alvo fácil. Seus soldados, general, brasileiros que não fogem à luta, estão morrendo. Então, quando eu estou falando desse número, 441.864 mortes, nós estamos falando de almas que precisam de uma resposta. E a resposta que eu quero de vossa excelência… Não assuma responsabilidade que não é de vossa excelência. Fale a verdade, toda verdade, reconheça possíveis erros, se é que houve, por parte de vossa excelência; mas não deixe a população brasileira sem resposta. Porque essas almas têm o dom de nos tocar, e nós aqui temos experiência suficiente para conseguir ler o silêncio, a mentira e a omissão.”
(Simone Tebet, senadora pelo MDB de Mato Grosso do Sul, a Eduardo Pazuello, general de Exército e ex-ministro da Saúde, ontem na CPI da Pandemia)