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José Casado

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Informação e análise

Referência para Bolsonaro, Collor ganhou a chance de ir para casa

O problema do Supremo Tribunal federal é e continuará a ser político: o que fazer com ex-presidentes delinquentes

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 abr 2025, 08h00

Fernando Collor espera os desfecho da sentença em Maceió. Está numa cela com cama de concreto, banheiro e ventilador. Ficou isolado, ou protegido, do ambiente fétido da vala de esgoto que separa centenas de pessoas presas e submetidas a uma rotina de “tratamento desumano, cruel e degradante” — como descrevem documentos do governo federal.

Jair Bolsonaro aguarda o julgamento em Brasília. Está há três semanas na terapia intensiva de um hospital privado. Usa a UTI como estúdio para transmitir seus comícios contra o Judiciário e, nos intervalos, promove negócios nas redes sociais — dias atrás, juntou a família para lançar um modelo de capacete de grafeno.

O futuro de ambos depende do Supremo Tribunal Federal. Mas, desde a reversão da condenação de Lula na Lava Jato, em 2021, o STF não sabe o que fazer com ex-presidentes da República no papel de protagonistas de processos criminais.

O caso Collor é simbólico. Na semana passada, seis dos onze juízes decidiram que deveria começar a cumprir imediatamente a sentença de oito anos e dez meses de cadeia, por crime de corrupção cometido enquanto estava no mandato de senador (entre 2009 e 2014).

Na época, Collor era reconhecido como aliado dos governos Lula e Dilma no Senado. A condenação foi do próprio STF em 2023, que a confirmou em 2024.

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Na última sexta-feira votaram a favor da prisão Alexandre de Moraes (juiz-relator), Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Um juiz (Cristiano Zanin) declarou-se impedido e não votou.

Nesta segunda-feira (28/4), quatro juízes discordaram. Votaram pela liberação de Collor da prisão: Gilmar Mendes, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça.

Avançaram na discussão teórica sobre o direito de recurso ao STF contra sentenças criminais do próprio tribunal que, em tese, seriam definitivas.

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Abriram a possibilidade de prisão domiciliar por razões médicas — laudos devem ser apresentados ainda nesta semana. Não se descartou uma revisão de sentença adiante.

A decisão do STF no caso Collor tende a influenciar o rito, o ritmo e o rumo do processo contra Bolsonaro, que será julgado por tentativa de golpe de estado.

O problema do Supremo é e continuará a ser político: o que fazer com ex-presidentes delinquentes. No processo de Collor tenta-se desenhar um padrão que poderá ser aplicado a Bolsonaro, se for condenado.

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