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Na Petrobras, Pires e Landim vão descobrir a vida como ela é numa eleição

Lula pediu protesto de petroleiros, Bolsonaro quer preços controlados e Exército e Marinha disputam cargos

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 mar 2022, 10h08 - Publicado em 30 mar 2022, 10h00

Se Jair Bolsonaro não mudar de ideia, como acontece frequentemente, em duas semanas o governo elege Adriano Pires na presidência e Rodolfo Landim no comando do Conselho de Administração da Petrobras.

A partir daí, Pires e Landim vão descobrir a vida como ela é no comando da maior empresa do país, controlada (51%) pelo governo, durante uma temporada eleitoral.

Ontem, numa reunião no Rio, Lula fez dois pedidos:

1) Protesto dos petroleiros contra o futuro presidente da Petrobras, a quem chamou de “lobista de empresas estrangeiras”;

2) Engajamento da máquina de propaganda do PT com a da FUP para transformação “da Petrobras, como instrumento de defesa da soberania nacional, como mote da campanha eleitoral”.

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Dentro do governo, também, se organizam grupos insatisfeitos com as mudanças promovidas na Petrobras.

No Palácio do Planalto e entre parlamentares do Centrão há quem aposte na fluidez das relações de Pires e Landim com Bolsonaro enquanto o preço do petróleo estiver no patamar de US$ 100 por barril.

Se avançar muito além dessa fronteira, acreditam, aumentará a tensão no debate interno sobre quem vai pagar a conta. Pela rigidez da legislação eleitoral, o mais provável é Bolsonaro cobrar Pires e Landim para que a Petrobras pague a diferença entre os preços em dólar e em real da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.

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A alternativa desenhada por Pires coincide com a proposta em debate no Congresso há um ano, para instituição de um fundo de estabilização de preços.

Nesse caso, a fatura inicial (estimada R$ 50 bilhões) seria debitada no Tesouro Nacional, driblando a rotina de intervenções presidenciais na gestão da Petrobras. A política de subsídio ao consumo de combustíveis fósseis duraria até dezembro.

Falta combinar com o Ministério da Economia, que resiste à ideia de aumentar subsídios federais e, ainda, vê nisso uma operação de alto risco jurídico em plena campanha de reeleição.

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Em paralelo, há uma silenciosa disputa militar por fatias da diretoria da empresa.

O Exército estava com a presidência e a Marinha tinha três representantes — dois no conselho de administração e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Com a demissão de Joaquim Luna e Silva, general na reserva, agora só a Marinha tem voz e voto sobre os planos da Petrobras.

É nesse cenário de efervescências, em plena disputa presidencial, que Pires e Landim devem ser legitimados pelo governo na assembleia de acionistas. Data prevista: quarta-feira, 13.

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