
“Sou fundador do PSDB, mas não tenho paixão irreversível, eu fico preocupado com a aglutinação, com a social democracia. Precisamos de racionalização partidária. O PSDB abriu mão do protagonismo, nós temos que pensar no quadro seguinte, em um projeto em 2026, inclusive, até no fim do PSDB, com a criação de novo partido mais amplo de centro democrático (..) O PL, do Bolsonaro, junto com Republicanos e o PP, podia fundar um verdadeiro partido conservador, enquanto o Novo se consolida como partido liberal e a gente [o PSDB] fundar um partido de centro democrático, com todos os sociais liberais. O PT poderia se organizar e ter um partido de esquerda. Seriam quatro polos relevantes, porque tem partido que vai com o vento (…) Nós erramos ao não lançar um nome para a presidência [da República]. Eu fui voto vencido na reunião do diretório nacional. O projeto de condução da terceira via foi muito ruim. Fomos sacrificando todos os potenciais candidatos, como Luciano Huck, Mandetta, Eduardo Leite, depois o Doria. (…) Havia um espaço para a terceira via e nós fomos deixando no vácuo, enquanto um terço da população não queria nem Lula e nem Bolsonaro (…) O governador Mato Grosso do Sul apoia o Bolsonaro. No Rio de Janeiro, nós vemos o Cesar Maia, como vice Freixo, no palanque do Lula. Aqui [em Minas Gerais], eu apoio o Ciro, e tenho enorme simpatia pela Simone, mas o MDB [mineiro] se rendeu e ficou com o Zema (…) Uma terceira via iria pacificar o país.”
(Marcus Pestana, um dos fundadores do PSDB, ex-deputado federal e candidato ao governo de Minas Gerais.)