Lula já não é fator central nos planos dos aliados para 2026
Partidos governistas estão iniciando a temporada eleitoral divididos pela ideia de “independência” do governo — na prática, de equidistância de Lula

“Nos tornamos independentes”, disse o líder do PDT na Câmara, Mario Heringer. Explicava a reação unânime da bancada de deputados a Lula que, horas antes, demitira Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Ele amparou a demissão nas revelações sobre a roubalheira nas aposentadorias e pensões pagas pelo INSS.
Entre Lula e Lupi, os 17 deputados federais do PDT escolheram ficar ao lado do ministro demitido, que está completando 21 anos no comando do PDT.
A ideia de “independência” do governo nasceu e ficou na bancada da Câmara. No Senado, os três representantes do PDT foram rápidos no contraponto ao anunciar que pretendem “seguir unidos” em defesa do governo Lula.
É situação comum em partidos até então reconhecidos como integrantes da base governista. Todos estão com Lula até que começam discutir o futuro, a sobrevivência nas urnas no ano que vem.
A “autonomia” em relação ao governo tem permeado conversas entre líderes do MDB e Republicanos, que ensaiam uma fusão de interesses para disputar a eleição de 2026. Reuniriam 88 deputados, compondo a terceira maior bancada na Câmara — a recém-criada União Progressistas seria a primeira, com 109 votos no plenário, e o Partido Liberal teria a segunda, com 92.
É notável que os partidos governistas estejam iniciando a temporada eleitoral divididos pela ideia de “independência” do governo — na prática, de equidistância de Lula. Embora seja o político mais conhecido e candidato mais longevo em 36 anos de disputas presidenciais, aparentemente ele deixou de ser o fator mais relevante nos planos dos aliados para a próxima eleição.