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Lula fortalece Lira e Centrão com a entrega do controle da Caixa

Banco público fica sob influência do PP de Lira e Ciro Nogueira; do PL de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro; e, do Republicanos, de Marcos Pereira

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 16h40 - Publicado em 24 jan 2024, 08h00

O governo concluiu, nesta terça-feira (23/1), o ritual burocrático para submeter a Caixa Econômica Federal ao controle dos três maiores partidos que compõem o Centrão: o Progressistas, do deputado Arthur Lira e do senador Ciro Nogueira; o Liberal, de Valdemar Costa Neto e que abriga Jair Bolsonaro; e, o Republicanos, chefiado pelo deputado Marcos Pereira e vinculado à Igreja Universal.

Lula entregou a presidência e metade das doze vice-presidências do banco público num acordo político que negociou com Lira, presidente da Câmara. Significa, na prática, que os partidos do Centrão passam a deter maioria de votos na diretoria.

Uma das instituições estatais mais longevas, acaba de completar 163 anos, a Caixa é alvo constante de cobiça política pela abrangência da gestão dos recursos de programas sociais, entre eles o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Programa de Integração Social (PIS) e projetos de habitação popular.

Para os partidos políticos envolvidos representa avanço significativo de poder político na pré-temporada de eleições municipais. PL, PP e Republicanos têm, por exemplo, mais de um terço do total de emendas ao orçamento (48 bilhões de reais) para financiamento de obras em municípios durante este ano. A Caixa deverá operar o fluxo da maior parte desse dinheiro.

As reações entre adversários que, também, integram o governo, como o Partido dos Trabalhadores e aliados, foram de protesto silencioso. No PT discorda-se da política de aproximação de Lula com o Centrão, mas evita-se crítica pública.

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Predomina, porém, o receio de que a coabitação no governo tenha consequências práticas no fortalecimento desse agrupamento partidário nas eleições municipais.

Se confirmada nas urnas a previsão de “um tranco da direita”, acham alguns líderes petistas, é provável que o ano termine com novos avanços desses partidos dentro do governo Lula, em espaços de poder hoje controlados pelo PT e aliados. Nessa perspectiva, a competição pela eleição parlamentar em 2026 ficaria mais difícil do que foi em 2022, quando o bloco partidário aliado a Lula elegeu menos de 17% do Congresso.

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