“O inquérito das fake news é um bom exemplo [do funcionamento das instituições]. Inicialmente, tinha uma resistência enorme no próprio STF. Quando foi julgado, foi aplaudido por todos — só o ministro Marco Aurélio votou contra. A Vaza Jato, que mudou tudo, é a instituição imprensa cumprindo seu papel. O governo Bolsonaro perdeu muitas medidas provisórias no Congresso ou que foram suspensas pelo STF. Também houve vários projetos rejeitados em plenário. Há um caso específico, que está pendente no tribunal, que é a questão do porte de armas. É um assunto muito sensível, envolve armas, pessoas, milícia, crime organizado. Pode ter algum déficit pontual em alguns assuntos, mas, sendo justo, acho que as instituições têm atuado satisfatoriamente (…) Acho que o tribunal está mais unido. Pode ser um efeito contrário desse quadro da animosidade geral trazido pelo Bolsonaro. Também tinha muita disputa em torno dessa coisa de defensores ou não da Lava Jato. E com a Vaza Jato, ficou um apoio meio envergonhado, acalmaram-se os nervos.”
(Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal, a Daniela Pinheiro, do Uol.)