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Ditadura de Maduro derrete rápido no epílogo da cleptocracia chavista

Antigos e fiéis aliados como Lula e o peronista Alberto Fernández se distanciam. Velocidade de desmoronamento do regime surpreende

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 jul 2024, 09h40 - Publicado em 25 jul 2024, 08h00

A velocidade do derretimento da ditadura venezuelana surpreende antigos aliados da cleptocracia chavista no Brasil e na Argentina. Algumas manifestações locais, nas últimas 48 horas, são simbólicas da celeridade com que desmorona o regime comandado por Nicolás Maduro, que há onze anos herdou o governo do falecido ditador Hugo Chávez.

Na família Maduro já se discute o que fazer depois da eleição de domingo. Nicolás Maduro Guerra, 34 anos, filho do ditador e deputado na Assembleia Nacional pelo partido chavista (PSUV), disse nesta quarta-feira (24/7) ao repórter Juan Diego Quesada, do jornal El País, que, se confirmada a derrota nas urnas, a decisão familiar já tomada: “Se [o adversário] Edmundo González ganha, entregaremos [o poder] e seremos oposição”.

Horas antes, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, anunciou a intenção de recuo das Forças Armadas na cena política. “Estão tentando atribuir às Forças Armadas o papel de árbitro nas eleições”, disse. “O que vamos fazer? Vamos esperar a decisão do povo, transmitida pelo Conselho Nacional Eleitoral, e pronto. Quem ganhou, que comece seu projeto de governo, quem perdeu que vá embora, descansar. Isso é tudo.”

Padrino López foi nos últimos cinco anos a peça-chave de Maduro na proteção armada ao regime ditatorial. Dias atrás ganhou do chefe um novo título honorífico: “General del pueblo soberano”. Essa neutralidade, às vésperas da votação, é fato novo e relevante porque ele detém o comando efetivo de uma parte do Exército.

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No entanto, Padrino López não possui apoio unânime dos comandantes. Caso exemplar é o do chefe do Estado-Maior Conjunto, Domingo Hernández Lárez. Até ontem, ele resistia na “solidariedade” ao governo Maduro e registrava em redes sociais seu desprezo pela líder da oposição María Corina Machado.

À distância, velhos aliados do regime não escondem a decepção com o comportamento de Maduro. O peronista Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina, preparava-se para viajar de Buenos Aires a Caracas, onde atuaria como observador do processo eleitoral convidado pela Venezuela. Foi desconvidado por Maduro. “A razão que me foi dada”, escreveu, “é que, a juízo daquele governo, minhas declarações públicas causaram incômodo e geraram dúvidas sobre a minha imparcialidade”. Acrescentou: “Entenderam que a coincidência com o que havia expressado um dia antes o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, resultava numa forma de desestabilização do processo eleitoral”.

Em rara e suave crítica, Lula havia deixado claro seu incômodo com manifestações de Maduro sobre a possibilidade de um “banho de sangue” e uma “guerra civil fraticida” caso o governo seja derrotado nas urnas. Fernández fez coro: “Quem perde, vai embora.”

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Lula chegou a interferir em eleições venezuelanas para apoiar Hugo Chávez e, na sequência, Maduro. Nos dois primeiros mandatos, mobilizou o governo e seu partido, o PT. Na eleição de 2013 para sucessão de Chávez, Maduro teve sua campanha eleitoral financiada (cerca de 35 milhões de dólares) pela empreiteira Odebrecht que, na época, mantinha contratos com o governo para obras num valor superior a um bilhão de dólares. Ela pagou até os gastos com a equipe brasileira de marketing político, indicada por Lula e em parte integrada por assessores petistas.

Desta vez, Maduro recomendou a Lula, durante um comício, tome “chá de camomila” enquanto espera o resultado da eleição.

O desembarque dos mais antigos e fiéis aliados dentro e fora da Venezuela é outra evidência do epílogo da cleptocracia chavista.

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